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O intelectual palestino Edward Said, que escreveu o livro Orientalismo e que sonhava com israelenses e palestinos vivendo em um país democrático integrado, morreu nesta quinta, dia 25, aos 67 anos, depois de lutar contra uma leucemia.
– Eu falei com a mulher de Edward Said e ela me disse que ele havia morrido nesta manhã em um hospital em Nova York – disse Hamid Dabashi, presidente do Departamento de Culturas e Línguas do Oriente Médio e da Ásia da Universidade de Columbia, onde Said trabalhava.
Said, professor de literatura comparada na Columbia, era teórico e crítico literário, além de um importante ativista palestino. Segundo Dabashi, nas últimas três décadas ele foi o porta-voz mais expressivo da condição dos palestinos.
Comentaristas árabes disseram que ele será lembrado como um patriota palestino e um grande intelectual que deu os primeiros passos na teoria da literatura e em estudos sobre o Oriente Médio.
Membro antigo do Conselho Nacional Palestino, Said rompeu com Yasser Arafat, acreditando que os acordos de paz de Oslo em 1993 eram "um Versalhes palestino", que desgastaram ainda mais os direitos humanos e nacionais dos palestinos. Ele se opunha à segregação, e em vez disso queria um país democrático.
Arafat disse em um comunicado que seu povo "lamenta com tristeza e dor a morte do intelectual internacional e filho do povo palestino, professor Edward Said". Segundo ele, Said manteve uma posição ativa e importante no esforço nacional palestino.
O representante da Autoriade Palestina nos Estados Unidos, Hassan Abdel Rahman, afirmou que os ataques de Said contra Arafat "não o retiraram de forma alguma de seu lugar na história e sociedade palestina".
Sua teoria sobre Orientalismo diz que as imagens falsas e românticas do Oriente Médio e da Ásia são usadas para justificar o colonialismo e imperialismo ocidental na região.
Com informações da agência Reuters.
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