O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, aceitou neste sábado, dia 6, a demissão apresentada pelo primeiro-ministro Mahmoud Abbas, informaram fontes próximas do dirigente palestino. A renúncia de Abbas ocorre depois da disputa por poderes entre ele e Arafat vista nos últimos dias. Os dois brigavam pelo controle das forças de segurança.

O premiê vai permanecer como líder de um gabinete interino pelas próximas cinco semanas. A nomeação de Abbas foi uma das condições impostas pelos Estados Unidos para patrocinar um plano de paz entre palestinos e israelenses. O gabinete do premiê israelense, Ariel Sharon, já disse que não aceitará uma Autoridade Palestina controlada por Arafat. O secretário de Segurança Nacional americano, Tom Ridge, afirmou que a saída de Abbas atrasaria a retomada das negociações de paz.

– A sua demissão, contudo, não desencorajará os esforços do presidente (dos Estados Unidos) George W. Bush de juntar as partes à mesa para recomeçarem a discutir e a respeitar as etapas do mapa para a paz – considerou Ridge, em Cernobbio (Itália), onde participa de um fórum internacional.

A demissão de Abbas está preocupando a comunidade internacional, principalmente algumas lideranças dos Estados Unidos, União Européia, França, Grã-Bretanha e Itália. Para o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, que participa em Riva Del Garda (Itália) numa reunião informal dos ministros de Negócios Estrangeiros europeus, a demissão de Mahmud Abbas constitui "um passo atrás para o processo de paz no Médio Oriente, que já não ia muito bem".

A demissão de Abbas, ainda segundo Prodi, é "uma clara demonstração de que a corrente moderada da direção palestina perdeu" no confronto político. O chefe da diplomacia britânica, Jack Straw, considerou "grave" a demissão de Mahmoud Abbas e exprimiu a esperança de que possa ser encontrada uma solução para o confronto que opõe o primeiro-ministro palestino e Arafat.

As informações são da Agência Brasil.