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 | 21/07/2003 08h38min

Em momento delicado, Blair discute comércio na China

O premiê da Grã-Bretanha, Tony Blair, reiterou suas promessas de incentivar o comércio com a China, onde a calorosa recepção deu ao líder britânico um breve alívio de uma crise doméstica detonada com a morte de um especialista em defesa. Blair, em sua primeira visita ao país mais populoso do mundo, foi recebido com tapete vermelho, salva de artilharia e revista à guarda de honra. Ele se encontrou com o premiê chinês, Wen Jiabao, no centro político da China, a Praça da Paz Celestial.

Os dois líderes prometeram reforçar a relação comercial entre seus países, que no ano passado movimentou mais de US$ 11 bilhões.

– Eu espero que entre três e cinco anos possamos expandir esses dados comerciais para US$ 15 bilhões – disse Wen para Blair e membros de sua delegação, que inclui executivos da Shell e de alguns dos principais bancos britânicos.

– Não tenho dúvidas de que continuaremos a reforçar as relações no campo econômico, onde somos o maior investidor europeu na China, e também no campo político, onde trabalhamos juntos para resolver alguns dos assuntos críticos que nosso mundo enfrenta – respondeu Blair.

A recepção calorosa deu ao premiê britânico um pouco de alívio à crise de liderança em Londres, desencadeada pelo suicídio de David Kelly, especialista em armas iraquianas. As perguntas sobre o caso – e se o governo tem responsabilidade pela morte de Kelly – ofuscaram a viagem de Blair à Ásia, preparada para melhorar suas credenciais como estadista internacional.

Kelly, um cientista do Ministério da Defesa britânico, cortou seu pulso em uma cidadezinha inglesa depois de virar o centro das atenções na questão do dossiê do Iraque. Ex-inspetor de armas da ONU, o cientista foi a fonte de uma reportagem da BBC afirmando que assessores de Blair exageraram no dossiê sobre armas de destruição em massa do Iraque para justificar a guerra diante do público.

Membros da oposição e também do partido Trabalhista, de Blair, pediram a renúncia do premiê britânico. Blair disse no domingo que aceitará a responsabilidade caso a investigação sobre a morte de Kelly mostre o envolvimento de qualquer membro do governo.

Em Pequim, Blair se encontrará com o presidente chinês, Hu Jintao, ainda nesta segunda. Também se reunirá com o ex-presidente Jiang Zemin, que ainda comanda o Exército da China. Blair deverá viajar para Hong Kong na terça-feira, após uma parada em Xangai.

 
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