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Soldados dos Estados Unidos dispararam contra manifestantes em Badgá nesta quarta, dia 18, matando dois deles. Os iraquianos protestam contra a permanência americana no país. Na zona sul da capital, um soldado iraquiano foi morto e outro ficou ferido em disparos feitos de dentro de um carro em movimento. Com isso, já são pelo menos 42 militares mortos desde que Washington declarou o fim dos combates, em 1º de maio.
A indignação explodiu e provocou um banho de sangue em Bagdá. Um soldado disparou contra militares recentemente demitidos, que se concentraram em frente à sede da administração norte-americana no país exigindo trabalho e salários. Os militares disseram que agiram em defesa própria.
– Um comboio estava entrando no local quando os manifestantes começaram a apedrejá-lo. Um manifestante sacou uma arma e começou a disparar, e as forças dos EUA responderam, matando dois deles – disse uma nota do Exército.
É a primeira vez que um incidente desse tipo acontece em Bagdá. Em abril, 15 manifestantes foram mortos por soldados norte-americanos em Falluja. Cerca de 2 mil militares iraquianos demitidos participaram da manifestação em Bagdá. Eles perderam seus postos no mês passado, quando o administrador norte-americano no Iraque, Paul Bremer, dissolveu as Forças Armadas de Saddam, dois ministérios e várias agências de segurança.
Essas reformas administrativas deixaram 400 mil iraquianos sem emprego. Muitos iraquianos dizem que, ao tentar expurgar funcionários ligados ao antigo regime, os EUA não estão diferenciando os que realmente executavam as ordens de Saddam dos que eram movidos por conveniências ou por um legítimo sentimento nacionalista.
Esses iraquianos acham que a política norte-americana está criando uma legião de desempregados armados e revoltados, que podem se tornar criminosos ou cometer ataques contra os norte-americanos.
– Estávamos em uma demonstração pacífica, pedindo aos EUA que paguem nossos salários. Não estávamos lutando contra eles, mas de repente eles começaram a disparar – disse Abdul-Rahim Hassan.
Durante o protesto, os manifestantes gritavam que "não existe outro Deus senão Alá, a América é inimiga de Alá". "Abaixo os EUA" era outro refrão ouvido no local.
As informações são da agência Reuters.
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