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 | 17/05/2003 18h45min

Encontro de Sharon e líder palestino é ofuscado por atentados

Ataque em Hebron deixou dois mortos, entre eles uma mulher grávida

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e seu par palestino Mahmoud Abbas tiveram neste sábado, dia 17, as principais conversas do Oriente Médio em dois anos, horas após um atentado suicida com bomba ter deixado dois israelenses mortos em Hebron, na Cisjordânia.

Fontes do exército de Israel disseram que um homem-bomba – disfarçado de religioso judeu – escapou de soldados  após ter sido descoberto e explodiu a si mesmo perto de dois israelenses, um homem e sua mulher grávida. Eles morreram com o ataque.  Nenhum grupo militante assumiu a responsabilidade pelo atentado. Cerca de 400 colonos israelenses moram entre os 120 mil palestinos na região.

Minutos depois do encontro, a TV estatal israelense informou que dois colonos judeus ficaram feridos num ataque a tiros realizado por palestinos na colônia Shearei Tikwah, na Cisjordânia, perto da linha divisória com Israel. Os dois palestinos responsáveis pelo ataque foram mortos, logo após, pelo exército israelense.

O ataque em Hebron é mais uma evidência das dificuldades que Sharon e Abbas enfrentaram em suas discussões sobre o mapa da paz apoiado pelos Estados Unidos, e que já deixou divididos os dois lados envolvidos na questão.

As conversas em Jerusalém poderiam ser um sinal para saber se o plano para paz tem ou não chances de ter êxito. As expectativas quanto a isso, no entanto, são baixas 31 meses após a violência ter eclodido entre israelenses e palestinos.

Abbas – um líder moderado que no mês passado assumiu o posto de premiê dos palestinos – deixou a Faixa de Gaza, em espécie de cerimônia pública pouco depois do ataque, e chegou ao gabinete de Ariel Sharon para começar as conversas no final da tarde de sábado (pelo horário local).

A questão principal é quem vai dar o primeiro passo no plano de paz de três fases que Washington desenhou, como uma nova oportunidade de acalmar os ânimos na região após o fim da guerra no Iraque. O plano contempla um estado independente palestino até 2005 e segurança para Israel.

Sharon e seu par palestino irão retomar as negociações para o plano de paz liderado pelos norte-americanos após a visita do primeiro-ministro de Israel à Casa Branca na semana que se inicia, anunciou o governo israelense.


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