| 11/12/2008 11h58min
As perdas na agricultura do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, ultrapassam R$ 61 milhões. As lavouras mais atingidas pelas chuvas são as de arroz irrigado e banana, nos municípios de Luiz Alves e Ilhota. Em Blumenau, a perda de R$ 6 milhões foi mais sentida na piscicultura (criação de peixes), apicultura (produção de mel), feijão e milho.
Gaspar contabiliza 16.575 toneladas de grãos, leguminosas e cereais perdidos, com perdas de R$ 11,2 milhões. O levantamento dos prejuízos à agricultura do Vale foi divulgado nessa quarta-feira pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
Em Ilhota, as lavouras de arroz viraram grandes áreas cobertas por lama e entulhos. As plantações de banana tiveram as árvores arrancadas pela força da água. Os 124 produtores de arroz na maior região produtora, o Baú Central, esperavam colher 22,4 mil toneladas. Perderam 15,6 mil
toneladas de arroz, 70% da
safra.
"Situação é caótica"
As perdas com arroz chegam a R$ 10,3 milhões. Os produtores de banana, concentrados na região do Braço do Baú, estimavam preencher 610 mil caixas. O prejuízo chegou a 420 mil caixas de bananas, mais de 70%.
– A situação da agricultura é caótica. Foram dois ou três anos vivendo sem rendimento. Os custos de produção muito maiores do que o preço de venda. Agora mais perdas. Esperamos que o governo conceda uma anistia das dívidas de custeio da safra, porque o endividamento dos agricultores já é de 100% – avaliou o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Ilhota, Almir Cesar Paul.
Lucros previstos apenas para 2010
A Secretaria de Agricultura e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ilhota, junto com a Epagri, terão linha de crédito especial a fundo perdido, crédito emergencial para reestruturação das
propriedades, com recursos de até R$ 100 mil e prazo de 10 anos para quitação, entre outros
pedidos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ilhota, Roberto Prebianca, os rizicultores terão de limpar, drenar e nivelar as lavouras e esperar até agosto do ano que vem para voltar a semear. Estima-se que só terão lucros a partir de março de 2010.
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