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 | 15/11/2008 22h45min

Gays e lésbicas dos EUA pedem a Obama que não se esqueça deles

Manifestações foram realizadas em diversas cidades pedindo o direito ao casamento

Homossexuais e lésbicas dos Estados Unidos reivindicaram ao presidente eleito, Barack Obama, que não se esqueça de sua situação e dos desejos de muitos deles de ter os mesmos direitos do restante da população.

Mais de uma dúzia de cidades americanas, de Nova York, Boston e Washington, na Costa Leste, a San Francisco e Los Angeles, no Oeste, passando por Chicago, realizaram este sábado manifestações contra o resultado da votação que no dia 4 de novembro na Califórnia levou, nesse Estado, à proibição dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

"Lembre-se de nós, Obama" ou "Sim, poderemos" eram os dizeres de alguns dos cartazes dos manifestantes em Nova York em referência às esperanças que esse coletivo tem depositadas no presidente eleito e ao lema em favor da mudança que o senador por Illinois teve em sua campanha com seu "Sim, podemos".

Grupos e coletivos sociais convocaram as manifestações em todo o país por meio da internet e por redes sociais online como Facebook e Twitter.

— Não tenho certeza do que Obama vai fazer. Os direitos humanos são uma coisa muito importante neste país. Os políticos falam muito e depois fazem o que querem. Obama é um homem muito inteligente e espero que nos ajude — disse Mike, um dos manifestantes em Manhattan.

Os protestos em todo os Estados Unidos aconteceram por causa da aprovação na Califórnia da denominada "Proposição 8", que define o casamento entre homens e mulheres, mas não entre pessoas do mesmo sexo.

Nos Estados Unidos, são dois os Estados, Massachusetts e Connecticut, onde os casamentos entre pessoas do mesmo sexo estão legalizados, e embora a Califórnia fosse o terceiro, com o resultado dessa votação ficou fora dessa legalidade.

Atualmente, a Corte Suprema da Califórnia tem pendentes vários processos nos quais os litigantes pedem a anulação dessa votação.

— Somos de San Francisco e naquele dia (4 de novembro) senti que tiravam de mim um direito. Estamos aqui de viagem e queríamos que nossa voz fosse ouvida — disse a californiana Gibson, junto à sua esposa.

Em 30 Estados do país foram aprovadas proibições dos casamentos entre homossexuais, e em outros como Arizona e Flórida suas legislações estatais autorizaram emendas constitucionais para proibir essas uniões. Em outros como Nova York, cuja legislatura estadual está agora dominada pelos democratas, espera-se que legislem em favor da legalização desses casamentos.

Na manifestação nova-iorquina, que aconteceu em torno da prefeitura, os milhares de participantes exibiram cartazes de solidariedade como "Califórnia, sentimos sua dor", outras reivindicativas como "Direitos Gays = Direitos Humanos" e algumas do tipo "Todos os homens merecem um marido como o meu".

De maneira geral, o tom festivo dominou a manifestação, que se desenrolou de maneira pacífica e sem incidentes em um dia chuvoso e frio na Big Apple, colorido pelas bandeiras arco-íris, que representam o movimento homossexual.

Os homossexuais nova-iorquinos informaram também que estão recolhendo assinaturas para enviar uma carta ao reverendo e legislador estadual democrata por Nova York, Rubén Díaz, que se opõe ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

— É bem importante que a comunidade latina conheça que merecemos os mesmos direitos que todo mundo tem — disse o ator porto-riquenho Emanuel Xavier.

Enquanto isso, outra das manifestantes, Laura, assegurou que "a batalha já está ganha. Em cinco ou dez anos olharemos para trás e veremos que a polêmica foi absurda".

A presidente do Conselho Municipal de Nova York, Christine Quinn, que é a primeira homossexual a ocupar esse posto, lembrou que no resultado da votação californiana a proibição ganhou por muito poucos votos.

— Foi um resultado muito apertado em um grande estado como a Califórnia. A próxima vez que for levado às urnas ganharemos e demonstraremos que os californianos são americanos decentes — afirmou Quinn em seu discurso aos manifestantes.

Paul Buck, EFE / 

Manifestantes foram convocados via internet e por meio de redes sociais, como o Facebook
Foto:  Paul Buck, EFE


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