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 | 04/11/2008 01h16min

Lula dá aval para a fusão entre Itaú e Unibanco

Presidente se reuniu com controladores dos bancos no domingo à tarde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu aval à união do Itaú com o Unibanco, no domingo à tarde, na base aérea do Aeroporto de Congonhas. Interlocutores de Lula informaram que ele se reuniu com os controladores dos dois bancos, que detalharam a operação financeira. No encontro, foi entregue ao presidente uma carta com dados sobre os motivos que levaram à fusão. Lula teria ficado maravilhado ao saber do acordo: enquanto bancos do mundo todo quebram, no Brasil se unem e criam um negócio bilionário.

Henrique Meirelles, presidente do Banco Central (BC), e Guido Mantega, ministro da Fazenda, ressaltaram que a fusão ajuda a fortalecer o sistema financeiro. Na opinião de Mantega, a união vai favorecer o chamado “desempoçamento de liquidez” no mercado financeiro. Atualmente, há crédito, mas grandes bancos estariam preferindo investir o dinheiro em títulos públicos em vez de emprestar a outros bancos e empresas.

— Como são dois bancos tradicionais, sólidos, bancos importantes para a economia, é um fato importante que eles continuem cumprindo o papel de liberar crédito — comentou Mantega.

O ministro admitiu a possibilidade de concentração no setor financeiro devido à crise, mas, na sua avaliação, o cenário bancário doméstico vai ficar “mais ou menos do jeito em que se encontra”, com 10 a 15 bancos relevantes.

O impacto e os próximos passos

O QUE MUDA PARA OS CLIENTES?
> Presidentes do novo banco garantiram que nada vai mudar na vida dos clientes até a aprovação do acordo pelas autoridades. Correntistas de Itaú e Unibanco seguirão usando normalmente os canais de atendimento, cheques, cartões e demais produtos e serviços.

> Depois de aprovada a fusão, a primeira mudança que o cliente sentirá será a integração da rede de caixas automáticos. Não há previsão de quando isso será feito. Em relação a preços e tarifas, é o mercado quem vai responder, avisa o presidente da instituição, Roberto Setubal.

> De acordo com entidades de defesa do consumidor, Itaú e Unibanco precisam respeitar todos os contratos firmados com seus clientes. Pacotes de serviços, empréstimos, financiamentos, juros e investimentos, tudo deve ser mantido conforme acertado nos contratos com o consumidor, diz a coordenadora institucional da associação de consumidores Pro Teste, Maria Inês Dolci. A coordenadora avalia não ser hora de tomar atitudes precipitadas: a migração imediata para outro banco pode implicar em rescisões de contratos que estabeleçam multas.

OS PASSOS PARA A APROVAÇÃO
> A fusão passará por quatro órgãos governamentais em Brasília até ser considerada oficialmente aprovada.

> O Banco Central (BC) será o principal analista da operação, pois terá de avaliar o impacto da junção das duas operações no sistema bancário nacional. Os ministérios da Justiça e da Fazenda e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também analisarão o negócio, que pode demorar até um ano para ser avalizado.

> Em até 15 dias, os representantes dos dois bancos precisam protocolar todas as informações disponíveis sobre a fusão no BC e na Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça.

> A análise será feita de forma simultânea em três órgãos. Enquanto o BC avalia o impacto financeiro da medida (incluindo repercussões na solidez do sistema bancário nacional e na política de crédito), a SDE e a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda analisarão os aspectos não-financeiros.

> Os dois relatórios – o do BC e o elaborado conjuntamente por SDE e Seae – serão então enviados ao Cade.

> O órgão, por sua vez, vai analisar apenas os aspectos concorrenciais da fusão, ou seja, se a união do Itaú com o Unibanco pode gerar, no país ou em alguns lugares ou ramos específicos, uma concentração de mercado que deixe concorrentes em situação muito desigual ou que prejudique os clientes.

> O Cade poderá decidir, por exemplo, que parte das operações seja repassada a terceiros, sem comprometer toda a fusão.

FUSÃO NÃO ATINGE O IMS
> Com quatro centros culturais e um precioso acervo de obras de artes plásticas, música, literatura e fotografia, o Instituto Moreira Salles (IMS), criado pelo filho do fundador do Unibanco, Walther Moreira Salles, não será atingido pela fusão.

> Um fundo, independente do Unibanco, mantém o instituto.

Entenda a crise 

 

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