| 23/10/2008 19h28min
O governo estadual ganhou mais tempo para a troca da empresa responsável pela aplicação dos exames para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A secretaria estadual da administração analisa recurso entregue pela Fundae e o prazo, de cinco dias úteis, termina na terça-feira.
A Fundae não concordou com a rescisão do contrato com o Detran, anunciada após a descoberta de irregularidades. Com o recurso, fica suspenso o aviso prévio de 30 dias, que terminaria no dia 10 de novembro. Agora, o prazo de um mês para o encerramento do contrato passa a valer a partir da resposta para o recurso.
Nesta quarta-feira, o Estado suspendeu a licitação em andamento para a contratação da empresa que aplicará os exames, devido à questionamentos do Ministério Público de Contas. Ainda não há data definida para o lançamento do novo edital. Caso não seja escolhida uma empresa a tempo, o Estado assumirá a aplicação dos testes de forma emergencial.
Fraude
Os serviços de elaboração
e aplicação de testes para motoristas foram o foco da fraude desvendada pela Operação Rodin, um esquema responsável pelo desvio de pelo menos R$ 40 milhões de verba pública. Inicialmente, o governo decidiu substituir a Fundae por meio de pregão, mas suspeitas de irregularidades culminaram na quarta na decisão de refazer, em parceria com o Ministério Público Estadual, o edital que prevê os termos para contratação.
Entenda o caso
> Em abril, o governo anunciou a rescisão unilateral do contrato mantido com a Fundae para elaboração e aplicação de testes para obtenção de carteira de motorista.
> A fundação, uma das investigadas pela Operação Rodin, recorreu pedindo prazo para defesa.
> Conforme a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), o prazo para defesa foi dado, mas a Fundae não a fez e ingressou com novo recurso administrativo.
> Em 1º de outubro, a PGE indeferiu
o recurso da Fundae, que foi notificada dia 10.
> A partir
desse dia, segundo o Detran, voltou a tramitar o processo visando à rescisão do Detran com a Fundae, que deve estar concluído em 30 dias.
> No dia 13 de outubro, foi publicado edital para contratação de empresa para elaborar e aplicar os testes para emissão de carteira de habilitação.
> Uma empresa interessada passou a questionar o prazo exíguo dado para habilitação no processo, o modelo escolhido para a contratação – o de pregão – e a falta de informações para formatação de preço do serviço a ser contratado.
> Um consultor, representante da empresa, esteve no gabinete da governadora e foi encaminhado para a Ouvidoria, onde fez um relato dos pontos que julgava irregulares no edital. Segundo ele, a pessoa que o atendeu teria feito ofício sobre o assunto para a Celic, o Detran e a Secretaria da Administração.
> Depois desse contato, ele teria recebido telefonema da ouvidora Ana Picolli, que teria lhe dito que um novo
edital seria publicado dia 20. Como não houve
nova publicação, ele voltou à Ouvidoria, onde foi informado de que o assunto seria tratado em reunião com a diretora da Celic, Carla Poeta.
> Ainda na segunda-feira, o consultor procurou a bancada do PT na Assembléia para encaminhar as suspeitas.
> Na terça-feira, o consultor participou de reunião na Celic. Foi pedido que ele formalizasse por escrito os pontos que entendia estarem com problema no edital. Ele fez a formalização por e-mail.
> Se o governo não revisasse o processo, o consultor pretendia ingressar com ação pela suspensão do pregão.
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