Renata Maron, São Paulo (SP)  |  reportagem@canalrural.com.br

Especialistas do agronegócio brasileiro afirmam que o principal reflexo da crise norte-americana deve ser a diminuição de crédito. Para alguns economistas, o Brasil tem chances de ser menos atingido pela crise se ela for aguda e rápida, e a aprovação do pacote econômico para a economia americana deve sair em breve.

Em palestra realizada em São Paulo, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, falou sobre os reflexos da crise norte-americana no sistema financeiro do Brasil. Meirelles afirmou que o país não está imune aos impactos da crise, mas que agora está mais resistente a uma desaceleração da economia internacional do que no passado.

 

Para o consultor de agronegócio José Vicente Ferraz, uma crise forte e rápida no cenário mundial, seria melhor para o Brasil.
 
– Porque quanto mais demorar a crise para o Brasil é pior, porque maior a contaminação. Acho que o Brasil tem um fôlego para agüentar essa crise por um tempo, mas à medida que começa a se prolongar, vai ser difícil – diz.

O primeiro reflexo na agricultura deve ser a diminuição dos créditos.
 
– Realmente, vai se ter dificuldades. Parece que já até começa existir essas dificuldades. Tanto para você financiar exportações, que é extremamente importante para a sustentação dos preços, como também para o próprio financiamento da produção – completa Ferraz.
 
Recentemente, o Banco do Brasil, principal financiador do agronegócio brasileiro, divulgou que só neste mês de outubro vai disponibilizar R$ 2,7 bilhões para a safra 2008/2009.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, acredita que, em breve, o pacote para o sistema financeiro americano deve ser aprovado.

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