Sai Jerry Seinfeld e entram outras celebridades, 60 funcionários e até um mergulhador numa jaula rodeado por tubarões. A Microsoft quer redefinir a imagem do PC (personal computer, ou computador pessoal) com a segunda etapa de sua campanha milionária de publicidade, com novos anúncios e mais agressividade.

Segundo o New York Times, o tema da campanha é Windows. Life without walls (algo como Windows. A vida sem restrições). Na mira dos novos anúncios está a série de comerciais da Apple em que o PC é estigmatizado, segundo a Microsoft, como um “looser” (perdedor) perto dos Macs (computadores da Apple).

A série da Apple conta com os atores Justin Long (Mac) e  John Hodgman (PC). Num dos comerciais, ambos mostram seus vídeos caseiros. O Mac apresenta Gisele Bündchen, enquanto que o PC mostra um homem vestido igual à Gisele Bündchen. A mensagem é óbvia, e incomoda a MS.

Agora, a empresa que tem seu sistema operacional e programas vinculados ao PC quer mudar o quadro. Num dos comerciais, diz o NYTimes, um programador com os mesmo ares do ator do comercial da Apple se apresenta:

– Olá, eu sou um PC, e eu fui estereotipado.

Microsoft quer virar o jogo do 'Eu sou um PC'

Além de Bill Gates, mais de 60 empregados da companhia, atores e atrizes, escritores e cantores mostram seu orgulho pelo PC. Até um mergulhador, numa jaula cercada por tubarões, aparece no filme segurando a placa “I'm a PC”.

Conforme o jornal, atacar a concorrência é uma das estratégias típicas da empresa encarregada da campanha, a Crispin Porter & Bogusky. Virar o jogo frente ao púbico é uma das marcas da firma.

– Os executivos da Apple gastaram muito dinheiro para desacreditar a nossa marca. Eles fizeram uma caricatura do PC. Agora está na hora de mudar a situação – disse David Webster, gerente de marketing da Microsoft.

Ir contra a propaganda adversária, aponta o NYTimes, pode ser arriscado. Ao mesmo tempo em que a virada é possível, um ataque à Apple poderia validar e dar mais credibilidade aos argumentos.

Até o momento, os dois comerciais da campanha, trazendo Jerry Seinfeld e Bill Gates em bizarras situações cotidianas têm suscitado mais polêmica que aplausos. Entre os colunistas especializados, a maioria dos comentários foi de críticas. Pesquisas, no entanto, indicaram 23% de resposta positiva, contra 8% negativa, no primeiro caso, e 63% positiva e 37% negativa, no segundo.

Na nova campanha, a Microsoft está investindo US$ 300 milhões, US$ 10 milhões apenas em Jerry Seinfeld, que não deve aparecer nos próximos comerciais.