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 | 18/09/2008 06h27min

Crise mundial corrói 12% do valor de ações da Bovespa em três dias

Dólar comercial disparou nessa quarta, atingindo a maior cotação

As preocupações com a crise do sistema financeiro internacional reforçaram nessa quarta, dia 17, o nervosismo dos investidores, mergulhando os mercados de ações em mais um dia de pânico. Sob o impacto das bolsas americanas, o Ibovespa, termômetro da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), desvalorizou-se 6,74% e desceu para os 45.908 pontos, sua menor pontuação desde 2 de abril de 2007.

Apenas nos últimos três pregões, o Ibovespa amargou perdas de 12,38%. Isso representa quase a totalidade da rentabilidade das aplicações em renda fixa em um ano, com base na atual taxa básica de juro anual, de 13,75%. O dólar comercial, por sua vez, disparou 2,64% nessa quarta, atingindo a maior cotação (R$ 1,8680) desde 24 de setembro de 2007.

A queda das bolsas é reflexo do clima de incerteza provocado pela concordata do banco de investimentos americano Lehman Brothers, pela venda do Merrill Lynch e pelos problemas da seguradora American International Group (AIG), a maior dos EUA. As instituições financeiras enfrentam dificuldades devido à crise do setor imobiliário nos EUA, que se alastrou no mercado de crédito.

Inicialmente, o anúncio do empréstimo de US$ 85 bilhões feito pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para salvar a AIG da falência animou os mercados no mundo. Logo, no entanto, prevaleceu o medo em relação à nova “bola da vez” – a incerteza sobre qual será a próxima instituição financeira a quebrar. Em todo o mundo, o temor de que o resgate da AIG não seja suficiente para amenizar a turbulência também provocou fortes perdas.

No Brasil, que sofre com a fuga dos investidores estrangeiros, as perdas da Bovespa na segunda-feira e ontem foram as maiores entre as 15 principais bolsas do mundo – à exceção da bolsa da Rússia, que, após ter caído mais de 15% na terça-feira, suspendeu ontem as operações.

Assim como ocorre nos demais países emergentes, os investidores estrangeiros optam por vender ações na Bovespa para cobrir perdas em mercados centrais, como Wall Street, Londres e Tóquio. Com isso, precisam converter os reais (adquiridos com a venda de ações) em dólares (para remessa ao Exterior), o que provoca alta das cotações no câmbio.

Bancos centrais injetam mais recursos para aliviar mercado

Outro motivo para a maior queda das cotações dos papéis das empresas brasileiras é a perspectiva de desaquecimento do consumo mundial, que teria reflexos diretos na produção das empresas brasileiras com perfil exportador, como Vale e Gerdau.

Em meio à turbulência, os bancos centrais do Japão e da Austrália voltaram ontem a injetar recursos no mercado financeiro. O Banco do Japão colocou mais 2 trilhões de ienes (US$ 18,791 bilhões), e o da Austrália, 4,29 bilhões de dólares australianos (US$ 3,447 bilhões). As medidas complementam as adotadas na terça-feira pelos BCs dos países mais ricos, que aportaram US$ 210 bilhões. Nos EUA, o Tesouro anunciou um programa de financiamento para fornecer caixa a ser usado pelo Fed em suas tentativas de acalmar o sistema financeiro.

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