Os oposicionistas ao governo de Evo Morales, na Bolívia, realizaram uma passeata, nesta sexta-feira, no centro da cidade de Santa Cruz de la Sierra, no oeste do país e junto à fronteira com o Brasil. A Bolívia vive uma onda de violência há vários dias, com protestos contra o governo Morales em várias regiões autonomistas que incluem bloqueios de estradas e tomadas de instituições estatais.

A passeata em Santa Cruz, no entanto, foi pacífica. A cidade mantém o ritmo de vida normal, exceto em dias que se sabe que haverá algum protesto. As lojas foram fechadas na tarde de hoje em razão da manifestação. As repartições públicas federais, contudo, não estão funcionando. Os militantes de oposição a Morales fecharam nos últimos dias 14 prédios do governo federal. O objetivo dos manifestantes é estadualizar esses órgãos, como a receita federal, para que os impostos permaneçam na província.

Na manhã desta sexta-feira, dois locais da fronteira do Brasil com o país vizinho foram fechados por opositores. As localidades de Puerto Quijarro e Concepción, que ficam juntas ao Rio Paraguai, fazem fronteira com Corumbá, no Mato Grosso do Sul. As aduanas foram fechadas, impedindo que brasileiros passem para a Bolívia.

A situação na fronteira com o Brasil é considerada tensa e delicada, já que, ultimamente, o governo de Evo Morales acenou com a possibilidade de expulsão de brasileiros que ocupam parte da fronteira, alguns irregulares, mas outros não. Há uma ameaça de se fazer uma reforma agrária.