| 23/05/2008 18h26min
Que tal transformar o sexo num parque de diversões e, além de sentir prazer, dar boas risadas com o parceiro? Especialistas garantem que encarar os momentos de intimidade com naturalidade e bom-humor podem fazer muito pela saúde do relacionamento. Hoje, já existem diversos recursos - sejam vibradores fofos que imitam brinquedos ou jogos que estimulam a interação entre o casal - que contribuem para conhecer melhor o corpo do outro e soltar a imaginação.
Para começar a brincar, é preciso primeiro espantar os tabus e as inseguranças que surgem entre os casais, alerta Sandra Vasques, psicoterapeuta e educadora sexual do Instituto Kaplan, Centro de Estudos da Sexualidade Humana.
- O primeiro passo é perceber o ato sexual como um jogo, uma brincadeira de adulto e não como obrigação ou um meio para engravidar. A partir daí, vale buscar alternativas que lhe dão prazer. Como tudo o que vira rotina perde um pouco de atenção, é enriquecedor tentar reinventar o sexo a
cada dia, com um novo toque, uma
massagem, uma camisinha com gosto diferente ou um novo brinquedo.
Estetoscópio para ouvir o coração bater acelerado
Uma jornalista, que prefere não se identificar, conta que desde o dia em que o namorado apareceu em casa com um estetoscópio, brincar de médico se tornou o passatempo favorito do casal. Depois de escolher uma roupa branca especial, lançar mão de salto alto e batom vermelho, a noite foi inesquecível:
- Hoje, o estetoscópio já fez parte de muitas de nossas preliminares - usamos para ouvir os batimentos cardíacos um do outro e é incrível como isso pode ser excitante. Rimos muito desse vício. Quando estamos com vontade, mas muito cansados, é só trazer o brinquedinho - diverte-se.
A psicóloga e terapeuta sexual Arlete Gavranic, do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática (Isexp), acrescenta que as brincadeiras podem ter um efeito muito positivo no
relacionamento, baixando a ansiedade do casal quanto ao desempenho
sexual:
- Homens e mulheres hoje se preocupam demais quanto a seu desempenho. E este é um fator que compromete uma resposta sexual saudável. Quando surge a possibilidade de namorar, brincar e descobrir novos prazeres, a descontração pode facilitar que o foco do casal deixe de ser a performance e passe a ser o prazer. A sexualidade e o afeto devem ser vividos de forma leve, gostosa e lúdica: são momentos onde pode rolar brincadeira e quebra de padrões. Vale tudo desde que os dois estejam a fim.
Para a jornalista J, o segredo para que as novidades e brincadeiras sejam sempre bem-vindas em seu relacionamento está na relação de intimidade e cumplicidade que mantém com o parceiro.
- Vivemos rindo na hora do sexo. Às vezes, tentamos posições que resultam tão engraçadas que não dá para fingir que nada está acontecendo. Acho que esse espaço só existe quando ambos se gostam e se respeitam. Sou tímida, perdi a virgindade com 21 anos, mas hoje tenho um
vínculo maravilhoso com meu namorado.
Conversamos sobre fantasias - o que ele quer realizar e o que eu quero - e tentamos adaptar isso a nossa realidade, ao momento e ao nosso bolso.
Casal deve escolher brinquedo de comum acordo
Segundo Sandra Vasques, contar com o consentimento do outro é fator fundamental antes de experimentar algo novo entre quatro paredes. Algumas novidades podem assustar o parceiro, alerta a especialista:
- Muitos homens rejeitam o vibrador, porque se sentem ameaçados, temem não estar oferecendo prazer suficiente; assim como há mulheres que não gostam de chicotinhos, por associarem o acessório à violência sexual. A inserção do brinquedo na relação tem de ser de comum acordo entre o casal.
Quem é tímido e tem dificuldade de se soltar na hora do sexo pode se beneficiar das brincadeiras para expressar seus desejos. Mas, segundo Sandra Vasques, enfrentar o diálogo antes da proposta ainda é a melhor saída para não
frustrar expectativas:
- É possível usar artifícios como
dizer que sonhou com algo diferente, leu numa revista, ouviu no trabalho ou no salão. Mas o melhor é o casal ir junto ao sex shop, e começar com novidades mais leves. Ter conhecimento sobre o que se pretende fazer é também positivo para que a pessoa esteja à vontade para realizar a brincadeira.
Além disso, é preciso dosar a ousadia para não fazer das brincadeiras o único estímulo à excitação do casal. Segundo Arlete Gavranic, do Isexp, novidades, filmes, contos e brinquedos divertidos devem ser sempre vistos como ingredientes a mais:
- Variar e brincar é sempre positivo, mas não se pode criar uma dependência e voltar-se mais para os estímulos do que para o parceiro.
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