| 14/05/2008 10h49min
Em sua adaptação do clássico indiano "Kama Sutra", o terapeuta holístico Deepak Chopra afirma que valorizar o erotismo nas relações sexuais "nos permite não apenas atingir o ápice do prazer, mas também romper preconceitos e atingir novas percepções em diferentes áreas da vida".
O conceito pode parecer complicado, mas o que Chopra quer incentivar com o livro "Kama Sutra - As sete leis espirituais do amor" (ed. Rocco) é que o leitor experimente novas carícias e celebre sua sensualidade, em vez de reprimir desejos e passar a vida reclamando do parceiro.
– A relação sexual prazerosa, segundo o "Kama Sutra", é aquela que une sete fatores: atração, fascinação, comunhão, intimidade, entrega, paixão e, finalmente, o êxtase – ensina Chopra em seu livro.
Para que isso aconteça, ele sugere que homens e mulheres conheçam melhor suas zonas erógenas – áreas do corpo onde o toque provoca excitação. O ginecologista Eliano Pellini, chefe do
setor de sexualidade humana e ginecologia da
Faculdade de Medicina do ABC Paulista, concorda com o indiano, e enfatiza que são poucas as pessoas que têm a paciência e a falta de pudor para descobrir o que aumenta o tesão em si e no outro.
– O erotismo se tornou um jogo: a mulher mexe nos cabelos, pinta os lábios de vermelho, usa salto alto para arrebitar o bumbum, tudo isso para mostrar ao homem que está excitada. Por isso, os homens têm que ficar mais atentos aos carinhos que excitam ou não a mulher – explica o médico.
Mulheres preferem toques suaves
As zonas erógenas nas mulheres e nos homens costumam ser as mesmas, frisa Pellini, já que são áreas que tanto no corpo deles quanto no delas contêm mais terminações nervosas. A diferença é que, como as mulheres dão mais valor às preliminares e às sensações sutis, elas costumam precisar de mais estímulos em diferentes áreas do corpo para se sentirem excitadas, enquanto só o estímulo visual já é capaz de
provocar a ereção no homem.
– Os homens costumam ser muito mais focados nos genitais, porque o componente hormonal os deixa muito mais preparados para a excitação instantânea. Ela costuma demorar mais porque, biologicamente, é mais seletiva. A exceção é a mulher apaixonada ou na fase da ovulação, que costuma se excitar com facilidade. Nessas fases, elas ficam mais masculinas, querem ir direto ao ponto – explica Pellini.
Ele ensina que as mulheres costumam valorizar as carícias da cintura para cima –cabelos, orelhas, nuca, ombros, pescoço e seios – enquanto os homens preferem os toques da cintura para baixo. E, claro, ambos valorizam as carícias na região genital, sendo que as mulheres costumam preferir os toques mais leves, enquanto os homens gostam de carícias com um pouco mais de pressão.
– Os homens costumam pensar em sexo oito vezes por hora. Uma mulher bonita desperta no homem seus desejos mais primitivos, e a maioria deles tem vontade de tocar nos testículos sempre que se sentem estimulados visualmente. Já a mulher é sempre mais racional, pensa nos prós e contras antes de 'esquentar' – avalia Pellini.
A sexóloga australiana Tracey Cox, autora dos livros Atração (ed. Fundamento) e Supersexo (ed. Ediouro) acredita que conhecer bem seu corpo é fundamental para chegar ao que ela chama de "supersexo". E, diz a especialista, para aproveitar todas as suas zonas erógenas, é preciso despir-se de preconceitos. Ela lembra que, além de compartilhar fantasias e sugerir novas posições, o casal também deve abandonar o mito de que os carinhos melosos e os chamegos devem, necessariamente, estar presentes em todas as relações.
– O mito do amor romântico pode ser uma barreira na hora de aproveitar uma noite de sexo inesquecível. Cuide de sua vida sexual e o lado amoroso tomará conta de si mesmo – ensina Cox no livro Supersexo.
E a eterna polêmica do ponto G?
Para Eliano Pellini, o verdadeiro ponto
G das mulheres é o cérebro.
– As mulheres gostam de dizer que os homens precisam 'ter pegada'. E essa 'pegada' costuma ser um misto de cheiros compatíveis, admiração, vínculo instantâneo, interesses em comum e a percepção, mesmo que inconsciente, de que aquele homem poderia lhe dar filhos lindos. Ou seja, tudo começa na cabeça – resume o médico.
AGÊNCIA O GLOBO
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