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 | 07/05/2008 15h57min

Com aumento de 260% da exportação de gado vivo, Abrafrigo apela para a Receita

Atraídos por remuneração melhor da Venezuela e Líbano, pecuaristas fazem volume de embarques crescer

A idéia de que uma boa forma para aumentar os lucros é agregar valor ao produto tem sido defendida por lideranças do agronegócio brasileiro, principalmente para pequenos e médios agricultores. Na contramão, a exportação de bovinos em pé pelo país cresceu vertiginosamente no ano passado e segue essa tendência para 2008.

Os embarques de gado vivo saltaram 260% no ano passado. Foram mais de 430 mil cabeças enviadas, principalmente, para a Venezuela e o Líbano. O Brasil é o quarto maior participante mundial deste mercado, que movimenta cerca de R$ 2 bilhões por ano.

Preocupada, a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) levou a discussão para a Receita Federal RF. A entidade pediu um estudo de impostos porque acredita que há desvantagem comparativa no mercado interno. Para lideranças da pecuária, a atitude significa uma tentativa de proibição, mas o presidente da entidade, Péricles Salazar, assegura que essa não é a intenção do setor.

– Não podemos ficar quietos porque um conjunto de setores industriais está sendo prejudicado. Advogamos a imposição de uma taxa sobre os animais vivos exportados. Não estamos buscando a proibição dos embarques, e sim equiparação de tratamento – justificou.

De acordo com o dirigente, que participou do programa Pergunta Brasil desta quarta-feira, dia 7, o negócio pode ser bom para alguns pecuaristas, mas não é para todos.

– A exportação não está prejudicando apenas os frigoríficos, mas também os pecuaristas que fazem a terminação do boi gordo – explicou.

Conforme o presidente da Agro Export, Silvio de Castro Cunha Jr., que deve embarcar 7,5 mil bovinos por mês este ano a partir do porto de Belém (PA), a venda de animais vivos é um bom negócio para o país e para os pecuaristas. Confira a entrevista que ele concedeu ao Canal Rural na Expozebu durante o Pergunta Brasil:

– O produtor pode lucrar mais com a venda do boi vivo para o exterior do que vendendo aos frigoríficos – disse o empresário

Para Salazar, a exportação de boi vivo é um retrocesso porque não agrega valor ao produto primário.

– A indústria brasileira aproveita tudo do boi, enquanto a exportação de gado vivo não melhora em nada a situação da cadeia produtiva – defende.  

Quando o assunto é preço, o debate entre representantes de frigoríficos e pecuaristas se acirra ainda mais. O presidente da Agro Export lembrou que os frigoríficos da Venezuela e do Líbano que compram boi vivo do Brasil praticam bons preços para o produtor e querem ser competitivos. De acordo com o presidente da Abrafrigo, os valores pagos pela arroba ao criador de gado no Brasil são os mesmos em relação aos importadores. A diferença, segundo ele, está na carga tributária.

– Estamos pagando o mesmo preço que os importadores. A questão é saber se os importadores têm os mesmo custos tributários da indústria brasileira, sendo que 80% da produção pecuária do Brasil é destinada ao mercado interno – argumentou Péricles Salazar. 

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