| 28/04/2008 17h04min
Nas conquistas amorosas, de nada adianta aquele homem ser lindo, simpático e inteligente se na hora da aproximação o cheiro dele não agradar. Pesquisas científicas demonstram que o nariz tem função sexual, capaz de enviar ao cérebro informações sobre determinado odor que influenciam em nossas emoções.
Quem nunca se enroscou na camisa do namorado para matar a saudade do cheiro do amor? Nas noites solitárias, Marcela Vasconcelos, namorada de Rodrigo Magalhães, revela que borrifa o perfume preferido dele no travesseiro.
>> Leia aqui depoimentos de casais que consideram o cheiro importante
– Nosso órgão vômero-nasal fica no septo nasal, onde existem terminações responsáveis pela captação de partículas de odores. Elas são capazes de
reconhecer os ferormônios, substâncias liberadas pelo suor que teriam
a capacidade de despertar o instinto sexual. As mulheres têm mais sensibilidade para reconhecê-los, embora a capacidade olfativa delas seja a mesma que a dos homens de uma forma geral – afirma o médico Leonardo de Sá, professor do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Mais um motivo para não escolher um namorado quando estiver gripada. Segundo o médico, com as vias nasais constipadas, as pessoas não teriam condições de distinguir se o cheiro do parceiro agrada ou não.
Pílula alteraria sistema olfativo, dizem pesquisadores
O teste do olfato também não seria tão eficaz em mulheres que tomam pílula, é o que diz um recente estudo da Universidade de Berna, na Suíça. Segundo os pesquisadores, as alterações hormonais que impedem a ovulação mudariam os sentidos olfativos da mulher. O resultado do estudo foi divulgado nas revistas americanas "Time Magazine" e "Psychology Today".
– A pesquisa mostra que mulheres que param de tomar pílula para engravidar podem perceber que não se sentem mais atraídas sexualmente por seus parceiros, declarou ao "Psychology Today" o psicobiologista da Universidade do Estado da Flórida Charles Wysocki.
Para o médico Leonardo de Sá, os dados do estudo não são conclusivos.
– Existem linhas de pesquisa ligadas às teorias da preservação da espécie que relacionam a ovulação da mulher ao aumento do apetite sexual. Mas, para garantir que a pílula altera o sentido do olfato, são necessários estudos mais aprofundados – diz o especialista.
Outra pesquisa, publicada em 2007 na revista científica "Current Biology", relata que os odores derivados de hormônios liberados por cada espécie animal, captados pelo órgão nasal, confeririam uma informação precisa sobre o sexo e a identidade individual. Segundo o autor, Hiroto Kimoto, da Universidade de Tóquio, a quimio-sensação destes odores seria uma das estratégias para a comunicação sócio-sexual nos roedores.
A ginecologista Mariana Maldonado, especialista em terapia sexual pela Sociedade Brasileira De Estudos em Sexualidade Humana, diz que é preciso cautela ao analisar este tipo de pesquisa.
– Alguns cientistas estudam o que chamamos de sexualidade comparativa. Eles comparam as reações da mulher com o reino animal. Só que o ser humano é capaz de pensar, refletir e tem desejos. Por isso, não reage da mesma forma que os animais –afirma a médica.
Para médico, perfumes com ferormônios são jogadas de marketing
Segundo cientistas, entre os animais, os ferormônios são sentidos pelos machos quando as fêmeas estão no cio. Estudos tentam demonstrar que o uso de perfumes que contêm a substância gera maior atração sexual. Psicólogos da Universidade de Londres estudaram o comportamento de 76 casais. Segundo a pesquisa, o número de relações sexuais dos participantes aumentou após o uso do ferormônio androstenol na pele.
Já a rede de televisão americana "ABC News" realizou um teste informal sobre a eficácia dos perfumes de ferormônios sintéticos, recentemente produzidos e comercializados em vários países. A equipe acompanhou duas irmãs gêmeas durante uma noite num bar de Nova York. A que usava o referido perfume contou com a aproximação de 30 homens. Já a que estava perfumada sem uso de ferormônios foi paquerada por 11.
– Considero o lançamento destes perfumes com ferormônios uma jogada de marketing. As indústrias aproveitam as pesquisas para vender mais seus produtos – diz o médico Leonardo de Sá.
>> Leia matéria do Vida Feminina sobre a história da perfumaria
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