Mesmo sem porte majestoso, ainda um riozinho a cortar coxilhas, o Jacuí é o principal ponto de lazer para muitos moradores do Planalto Médio. É nas margens arborizadas dele que pescadores de fim-de-semana encontram sombra e beleza para desfrutar. Pesqueiros e balneários representam verdadeiros oásis em meio ao oceano de plantações de soja que dominam essa que é uma das principais regiões agrícolas do Estado. Que o diga o estudante Diego Nascimento, 20 anos.

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Morador de Passo Fundo, com os dois braços tatuados, é um típico ser urbano. Nada que o impeça de pegar a moto nos feriados e procurar com afinco um lugar para pescar. Com mochila e molinete a tiracolo, ele peregrinou por todo o Planalto Médio no feriadão atrás de um bom pesqueiro.

Começou pela Ernestina, junto à taipa da represa. Nada de peixe. Foi num balneário em Tio Hugo, outro município próximo. Lugar lindo, um pôr-do-sol de dar inveja a pintor, mas os jundiás se recusavam a aparecer. Aí Diego decidiu procurar mais um pouco. Foi até o Cotovelo do Jacuí, um lugar em que o rio faz uma quebrada de 90 graus — daí o apelido. Ali fica uma barragem da Cotrel, que abastece o município de Victor Graeff e outros das proximidades.

Os peixes ali lutam contra a correnteza. Tentam subir a taipa da barragem, para procriar, na piracema. Diego e outros jovens da região fazem ali a festa de todo o pescador. A cada 10 minutos, um peixe. Nada muito grande, mas suficiente para o filé da noite.

Abundam ali as joaninhas, um peixe escuro, voraz e que estraga rapidamente depois de morto. Diego sabe disso, mas não se importa. O que vale é a diversão. Encarapitado na beira de um rochedo, lança o molinete na água até encher uma sacola de pescado.

— Isso aqui é uma terapia, acalma — resume, antes de embarcar para a jornada de 40 km de volta a Passo Fundo.

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