| 20/03/2008 02h50min
O verão catarinense que terminou na madrugada desta quinta-feira foi de extremos, com chuva acima da média para o leste e estiagem para a região Oeste do Estado. As enchentes nas cidades próximas ao Litoral, principalmente na Grande Florianópolis e no Norte, destruíram casas, ruas e estradas e deixaram pessoas desabrigadas, além de comprometer plantações de milho e hortaliças. Do outro lado de Santa Catarina, a agricultura foi prejudicada justamente pela falta de chuva.
Comparando-se as cidades de Florianópolis e Chapecó, constata-se a diferença nos níveis de chuva. Enquanto a Capital atingiu a marca histórica de 1000 milímetros entre 23 de dezembro e 18 de março, o principal município do Oeste recebeu apenas 229,8 milímetros de água durante todo o verão. O dia com maior volume de chuva em Chapecó foi em 1º de março, no final da estação, com 28 milímetros.
As conseqüências desse fenômeno foram percebidas pela população. Mais de 1 milhão de catarinenses estavam em
áreas em situação de risco
por causa da forte chuva e mais de 5 mil pessoas ficaram desalojadas. No total, mais de 30 cidades decretaram estado de emergência de norte a sul do Estado. Ao mesmo tempo, a estiagem afetou lavouras de soja e milho e provocou racionamento e falta de água no Oeste.
O meteorologista da Central RBS, Glauco Freitas, explicou que as diferenças entre as regiões aconteceu porque a La Niña levou frente seca para o Oeste, enquanto uma série de fatores auxiliou a ocorrência do oposto no Litoral. O aquecimento do mar provocou uma maior evaporação e formação de nuvens de chuva, que não conseguiram passar pela barreira natural que é a Serra Geral do Estado. A temperatura nesse verão também superou as expectativas. Em Florianópolis, a média que costuma ser de 28°C subiu para os 29°C.
— Pode parecer pouco, mas só é possível aumentar em um grau a temperatura média se fizer um calor de 30° C ou 31ºC por, no mínimo, 15 dias na cidade. Essa é uma temperatura muito alta para a
cidade — explicou o
meteorologista.
Mais um fenômeno que assustou os moradores e turistas do Estado foi a ocorrência de tornados. No total, dois redemoinhos de vento na terra (em Tubarão, no Sul, e Papanduva, no Norte) e mais uma tromba d'água em Florianópolis, no Norte da Ilha de SC.
Tromba d'água : fenômeno foi registrado durante o verão na Capital
Foto:
Jorge Sberna
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Arquivo Pessoal
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