A oposição deve indicar até o fim da tarde desta quarta-feira o nome do senador que irá ocupar a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), convidou para o cargo o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE).

— Ele disse que está à disposição — disse Arthur Virgílio.

Mas essa decisão, segundo ele, precisa passar pelo crivo dos outros partidos de oposição: PPS e DEM.

— O acordo preserva a representatividade na CPI. Acabamos respeitados, e isso é o mais importante de tudo — completou.

A escolha de Jarbas Vasconcelos pode, entretanto, causar mais um mal-estar entre governo e oposição. Apesar de ser do PMDB, Vasconcelos é considerado da ala independente do partido. Arthur Virgílio, no entanto, disse que trabalha com outros nomes, como o da senadora Marisa Serrano (PSDB-MT).

O líder do PMDB, Valdir Raupp, afirmou que o partido é "veementemente" contra a indicação de Jarbas Vasconcelos para a relatoria da CPMI:

— Escolher um nome do PMDB não ajuda em nada. Não sei quem teve a infeliz idéia de sugerir o nome de Jarbas Vasconcelos.

O impasse em torno da presidência da CPI mista se arrastou por quase um mês. Hoje, a base governista recuou e cedeu a presidência para o PSDB.

— A lucidez predominou. O governo deu uma passo em direção à racionalidade — disse o líder do DEM, José Agripino Maia (RN).

Com isso, o requerimento que pede a criação da CPI dos Cartões Corporativos apenas no Senado não será lido em plenário hoje. A decisão, no entanto, não impede que, futuramente, a CPI seja criada no Senado. 

— Não ler não significa desistir. Se não houver uma investigação bem feita na CPMI, poderemos voltar a recorrer a ela (CPI) — disse Virgílio.