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 | 06/02/2008 05h18min

Esquema de segurança da filha de Lula será revisto após denúncias

Gabinete da Presidência da República tem encontro marcado para as 14h de hoje

Robson Bonin, Brasília  |  robson.bonin@gruporbs.com.br

Preocupado com as denúncias envolvendo o cartão de crédito corporativo de um dos seguranças da filha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Jorge Félix, convocou a cúpula do órgão para uma reunião estratégica.

Articulada em pleno feriado de Carnaval, o encontro marcado para as 14h de hoje vai ter dois pontos de pauta. Felix deve formular a justificativa do Palácio do Planalto para os R$ 55 mil gastos no cartão do segurança João Roberto Fernandes. Depois, fará uma reavaliação do esquema de proteção da filha do presidente Lula, Lurian Cordeiro Lula da Silva.

Desde que a identidade de Fernandes e o endereço do escritório do GSI em Florianópolis — cidade onde Lurian mora —, foram revelados pela imprensa, ganha força entre a cúpula da GSI a necessidade de reformulação da estratégia operacional do órgão.

— Essa situação (vazamento das informações) vai ser examinada a partir de amanhã (hoje) no gabinete. Evidentemente que a divulgação da identidade do servidor e do endereço do escritório pode colocar em risco a pessoa (Lurian) que é o objeto do trabalho da segurança — admitiu o assessor do GSI, coronel Homero Zanotta.

As mudanças, no entanto, não devem atingir o sistema administrativo do escritório montado no bairro Itaguaçu. Segundo Zanotta, o órgão estuda apenas alterações na lógica de funcionamento estratégico do GSI na capital catarinense. Não haverá remanejamento de servidores nem transferência da sede para outro lugar.

— Pode ser que ocorram mudanças no modo de operação do nosso escritório. Agora, não haverá modificações em âmbito administrativo. Entre os servidores todas as coisas vão continuar da mesma forma — conta Zanotta.

Justificativas

Depois da reunião de hoje, o GSI deve divulgar as primeiras justificativas para os gastos com o cartão corporativo do segurança da filha do presidente. Em uma avaliação preliminar, no entanto, o gabinete de segurança trata com tranqüilidade a relação de despesas registrada na fatura de Fernandes entre abril e dezembro do ano passado. Para o órgão, as despesas pagas com o cartão têm o objetivo de resolver emergências operacionais da equipe que faz a segurança de Lurian, do marido — o assessor parlamentar Marcelo Sato — e seus dois filhos.

A fatura do cartão de Fernandes registra gastos em lojas de autopeças, de ferragens, de materiais de construção, de piscinas, de equipamentos de segurança, de munição, em padaria, em livraria, em postos de combustíveis, entre outros estabelecimentos da região da Grande Florianópolis.

— Todas as despesas são legais, têm processo de prestação de contas e serão examinadas para ver o que levou a cada uso do cartão. Agora, há situações em que não há como esperar uma licitação. Vamos supor que o portão eletrônico do escritório do GSI tenha deixado de funcionar. Esse problema não pode aguardar um processo licitatório. Tem de ser solucionado o mais rápido possível. A mesma coisa com os gastos com automóveis. Os carros da segurança presidencial não podem ter problemas — argumenta Zanotta.

Desde a segunda-feira, são notícia na imprensa as despesas realizadas pelos cartões dos seguranças. Em matéria do jornal Folha de S. Paulo de ontem, além do caso envolvendo Lurian, o jornal mostra que pelo menos dois seguranças da equipe que protege a família do presidente Lula em São Bernardo do Campo (ABC paulista) gastaram nos últimos três anos R$ 149,2 mil com cartões de crédito corporativos do governo. De acordo com a reportagem, seguranças de Lula usaram cartão corporativo, por três anos, em churrascaria e montagem de academia, além de despesas com manutenção de veículos e materiais de construção.

 
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