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 | 04/02/2008 16h33min

Brasil reage ao embargo comercial da carne pela União Européia

Ministro interino das Relações Exteriores considera veto à carne brasileira posição descabida

O Brasil manifestou formalmente, no final de semana, seu descontentamento com as medidas de embargo às exportações da carne brasileira in natura à União Européia (UE). No início da tarde de sábado, dia 2, o ministro interino das Relações Exteriores, Ruy Nogueira, convocou o encarregado de negócios da UE, Nicholas Foster, para um encontro no Itamaraty, em que classificou de "descabida" a decisão da Comunidade Européia de não publicar a lista com 2.681 fazendas que estariam aptas a exportar para o bloco, por atender às exigências de rastreabilidade.

Em nota oficial divulgada pela assessoria de imprensa, Nogueira criticou a UE por pedir que o Brasil escolha 300 fazendas, dentre as selecionadas pelo Ministério da Agricultura. Tal exigência, segundo a nota, é discriminatória, pois a relação seria feita entre fazendas certificadas e, portanto, aptas, mas puniria os esforços de fazendeiros que cumpriram as determinações da UE.

Líderes gaúchos avaliam que diálogo trará solução

Durante o encontro, foi reiterado ao encarregado de negócios que a decisão não corresponde aos princípios que deveriam nortear o relacionamento entre o Brasil e a UE, tendo em vista sua elevação, em 2007, ao caráter de parceria estratégica, conforme a nota distribuída à imprensa.

A convocação do ministério das Relações Exteriores para o representante da UE é um ato político que denota um claro e duro posicionamento do governo brasileiro com relação ao embargo, disse uma fonte do Ministério a Zero Hora, por telefone, no domingo, dia 3.

– A convocação é um posicionamento de insatisfação, mas na busca do diálogo e da solução para o embargo – afirmou o assessor de imprensa do Itamaraty, Thiago Pádua.

Ruy Nogueira emitiu a convocação por pedido expresso do ministro Celso Amorim, que está no Exterior. O encontro ocorreu depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu, na semana passada, à decisão da comunidade européia, vista por ele mais como embargo comercial.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, considera positiva a intermediação das autoridades brasileiras para acelerar a solução.

– Seriam necessárias 300 propriedades com, no mínimo, 63 mil animais para atender à demanda de carne in natura dos países da UE, o que tecnicamente é quase impossível no Brasil – afirmou Sperotto, que condenou o tom crítico usado pelo presidente Lula para mostrar sua insatisfação com o embargo na quinta-feira, dia 31 de janeiro.

Críticas não levam à solução pacífica, concorda o presidente do Sindicato das Indústrias de Carne do Estado (Sicadergs), Ronei Lauxen. Ele credita que o ministério deve ser uma porta que leve ao fim do impasse. 

– O ministério pode auxiliar o governo a mostrar aos integrantes da UE como as fazendas atendem às exigências sanitárias. Levar o embargo para a OMC (Organização Mundial do Comércio) poderia fazer com que a solução demorasse mais de um ano – avaliou Lauxen.

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