| 13/09/2005 22h26min
O advogado criminalista Oswaldo de Lia Pires disse nesta terça que “é falso” o único documento que pode ser usado contra seu cliente, o empresário Dody Sirena, no processo Grêmio-ISL. Lia Pires solicitou a realização de perícia em um fax da empresa espanhola Bahía Torneos y Conciertos, que tem Sirena como um dos representantes. No fax, o presidente da Bahía, Joaquin De Domingo, afirma ter negociado com Glasgow Rangers, River Plate e Palmeiras as multas relativas aos jogadores Amato, Astrada e Paulo Nunes. E acrescenta ter recebido da ISL os cheques, totalizando US$ 310 mil. O fax foi juntado ao processo pela defesa do ex-presidente do Grêmio, José Alberto Guerreiro.
– O fax é falso. O cabeçalho é de uma coisa e o texto é de outra. Ninguém da Bahía reconhece a assinatura que está nele – afirma Lia Pires.
O próprio advogado diz que talvez nem fosse necessária uma nova perícia. Revela que os peritos Artur Saldanha Menezes Jr. e Aida Terezinha Alves Schmitt, do Departamento de Criminalística do Estado, já constataram “tratar-se de uma montagem”.
Também é falsa, segundo Lia Pires, a assinatura que aparece endossando os três cheques, atribuída a Dody. A falsidade, diz o advogado, foi constatada pelos peritos Otto Rodrigues e João Henrique Rodrigues.
– Não quero atacar, nem ser injusto com ninguém. Apenas defender o Dody – afirma Lia Pires.
Para ele, o Grêmio, por ter agido de forma “imprudente”, hoje está se incomodando. Segundo Lia Pires, o Grêmio deveria ter checado com os clubes que venderam os jogadores se eles realmente estavam cobrando multas por atraso no pagamento.
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