Dos 50 gaúchos que estavam ilhados no km 410 da BR-101, na localidade de Lauro Carneiro, em Araranguá (SC), 35 abandonaram seus veículos e foram resgatados pela Defesa Civil catarinense na tarde deste domingo. Outros 15 decidiram ficar, preocupados com seus automóveis. O abrigo onde estavam não tinha luz nem água.

O advogado Alfeu Fernando Boscardin de Oliveira, 39 anos, deixou a região alagada por volta das 16h. Ele foi transportado de jet-ski. A mulher dele, a médica Denise Valentini, 39, retornou de lancha com os filhos do casal, Fernanda, nove, e Luca, cinco. O Meriva da família ficou pelo caminho, junto a outros 23 veículos.

Oliveira se dirigia no final da tarde deste domingo a Gramado, na serra gaúcha, onde vive, transportado por um amigo. Denise ficou na casa de praia dos pais dela, em Bom Jesus — entre Curumim e Arroio do Sal, no litoral norte do RS. O advogado disse que ficará esperando pela diminuição dos alagamentos em SC para buscar seu carro.

Conforme conversa com autoridades, pode demorar até uma semana para que seja possível retornar ao local, contou. Quando chegar esse momento, Oliveira garantiu que levará ajuda às famílias catarinenses que os ajudaram enquanto estavam ilhados.

— Vou mandar roupas, o que precisar para começarem suas vidas de novo. Aquela gente perdeu quase tudo e ainda abriram suas casas, deixaram usar os banheiros, tomar café da manhã, nos deram leite.

No Meriva ficou parte da bagagem da família, já que só era permitido sair do local com uma mala de mão. Oliveira não deu importância aos pertences deixados para trás.

— Ficou uma roupa que outra. Eu queria era tirar minha mulher e meus filhos de lá.

Acompanhe o relato de gaúcha que ficou ilhada:

Ouça as dicas de Otiliano Walnier Júnior, policial rodoviário federal do posto de Araranguá:

Relate transtornos nas estradas na volta do feriadão

Confira o mapa do congestionamento na volta do feriado: