| 29/05/2008 14h08min
O saguão repleto de passageiros do Salgado Filho e a ausência de aeronaves no pátio revelam os problemas que o aeroporto enfrente desde ontem. Pelo segundo dia consecutivo, o aeroporto fechou totalmente para pousos causando filas e confusão entre os passageiros. O motivo é o mau tempo e falta do aparelho Glide Slope, que está sendo trocado e que restringe as aterrissagens.
> Confira como funciona o sistema antinevoeiro
Entre as pessoas que aguardam pela normalização dos vôos está a oncologista Maira Caleffi. Ela e outros 11 médicos seguiriam para um congresso em Chicago onde palestrariam na sexta-feira. O vôo, previsto inicialmente para as 12h20min, não tem previsão de partida.
Conforme a Infraero, das 46 chegadas previstas até as 16h20min, 13 foram canceladas e nove atrasaram mais de meia
hora. Entre as partidas, 18 canceladas e 15 atrasaram, de um total de 52
programadas. Ao todo, houve problemas em mais de 56% dos vôos.
Desde o início do mês, o terminal funciona com restrição em razão da troca de equipamentos da aparelhagem antineblina. A substituição da antena Glide Slope, que transmite ao piloto a correta posição da pista em condições de pouca visibilidade, deverá ser concluída só na metade de junho. Com isso, os aviões têm condições de pousar se o teto de vôo - camada de nuvens - não estiver abaixo de 150 metros. Com o transmissor funcionando normalmente, esse limite é de 60 metros.
Confira a situação de seu vôo no site da Infraero
Ontem, 41 vôos foram cancelados. As autoridades também culparam a neblina pelo fechamento de quase cinco horas da pista, mas despertaram desconfianças de que os problemas teriam se agravado em razão da troca de
equipamentos antineblina no local.
Passageiros precisaram esperar por
horas no terminal porto-alegrense ou em outros aeroportos do país. Por falta de teto, às 16h24min, as chegadas à capital gaúcha foram suspensas. As aeronaves que já estavam no ar foram desviadas para aeroportos próximos, como capital catarinense. O Salgado Filho voltou a operar às 19h30min. Não durou muito tempo. Uma hora depois, a pista foi novamente fechada, reabrindo só pouco antes das 22h.
Por conta dos fechamentos inesperados, Porto Alegre registrou ontem o maior número de vôos cancelados no país entre os principais aeroportos. Conforme o balanço das 22h da estatal, uma em cada cinco viagens acabou suspensa pelas operadoras.
Segundo a Infraero, no ano passado inteiro, o Salgado Filho registrou 139 fechamentos em razão de neblina. Entraves do tipo poderão diminuir consideravelmente no futuro com a instalação de um novo sistema de pouso por instrumentos. Só que a implantação está a passos lentos. A promessa de finalização é para 2010.
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