| 27/02/2008 19h23min
Registrando quedas sucessivas nos índices pluviométricos desde 1999, Pequim está recorrendo a todas as alternativas possíveis para garantir o fornecimento de água potável na cidade durante os Jogos Olímpicos em agosto. Atualmente, o índice de fonte hídrica per capita é inferior até mesmo ao registrado em Israel.
Superpovoada com 17 milhões de moradores, a capital chinesa receberá mais 16 mil atletas, fora os turistas, durante a realização do evento e já adotou medidas extremas para evitar um colapso no fornecimento de água. Milhares de trabalhadores estão escavando a região sul da cidade para construir um canal que transporte das águas do rio Yangtze e seus afluentes para o outro lado da cidade. A obra só deve ser finalizada em 2010, o que leva as autoridades a adotarem alternativas mais imediatas de fornecimento.
Até abril, o canal será capaz de trazer 80 bilhões de litros d'água por ano de quatro reservatórios localizados próximo à província de Hebei. Mas atitudes como esta tem custado caro à população chinesa. Fazendeiros enfrentam o racionamento de água em cidades próximas à capital e receberam orientação para plantar apenas milho, que necessita de menos água para o plantio.
Ao mesmo tempo, as autoridades passaram a pagar menos pelas produções de arroz e vegetais. A falta de recursos faz as famílias utilizarem as plantas ressecadas para produzir fogo nas casas, já que não têm dinheiro para comprar carvão.
– Durante dois anos não temos usado água para o arroz, porque ela é destinada a Pequim – denuncia Yu Zhongxin, de 56 anos, morador de Ciyingzi.
Além da redução nos índices de incidência de chuva, a crise de abastecimento de água chinesa foi agravada pelo violento processo de crescimento das cidades.
GAZETA PRESSGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.