Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Na véspera da primeira decisão do Grêmio em 2008, um tetracampeão quebrou a rotina do Olímpico.

Capitão do time campeão mundial em 1994, nos Estados Unidos, e atual técnico da Seleção, Dunga acompanhou de perto a preparação final para o jogo contra o Jaciara, às 20h30min desta quarta-feira. Um empate garante a classificação do Grêmio, que ficará aguardando pelo vencedor de Atlético-GO e Ituiutaba-MG.

A visita foi acertada na véspera, por telefone. Amigo de Celso Roth, com quem também milita em atividades sociais, Dunga revelara desejo de acompanhar um dia de treino do Grêmio. Modesto, disse que pretendia colher subsídios para seu trabalho na Seleção. Foi assim em 2006, quando recebeu o chamado da CBF para reerguer o moral de um time que fracassara na Copa da Alemanha.

— Naquele momento, os subsídios e experiências do professor Celso foram de suma importância para o meu trabalho — elogiou Dunga.

Antes das 9h, o técnico da Seleção já havia chegado ao Olímpico. Tomou chimarrão com Roth na casamata e depois, abrigado do sol, acompanhou um minucioso treino para correção de defeitos defensivos.

— Que vergonha! É o terceiro ou quarto gol que vocês tomam — reclamou Roth, ao ver as falhas da zaga.

Mais tarde, o técnico justificou a bronca defendendo absoluta concentração em todos os lances:

— Temos decidido jogos a nosso favor com bola aérea. Não queremos que isso funcione contra nós. Por isso, é preciso chamar a atenção em voz alta e, às vezes, exasperadamente.

Com métodos de trabalho e concepções táticas semelhantes, Dunga aprovou as palavras do amigo.

— Hoje, mais de 50% dos gols são marcados de bola parada — afirmou.

A cortesia dispensada pelo Grêmio ao colorado Dunga abre espaço para novas visitas. Convocado para amistoso da seleção olímpica, no final de 2007, o zagueiro Leo foi sentar-se ao seu lado após o treino. E até mesmo o presidente Paulo Odone deixou seu gabinete no Olímpico para saudá-lo no vestiário.