Cotado para receber jogos da dupla Gre-Nal no Gauchão 2008, o Estádio Municipal de Cidreira, o Cidreirão ou Sessinzão, levanta polêmica quanto à sua segurança dada a existência de dois laudos divergentes sobre suas condições estruturais. O maior estádio do litoral gaúcho será vistoriado nesta sexta-feira pela Brigada Militar (BM).

O primeiro laudo, realizado por uma equipe de engenharia e a pedido do prefeito Beto Pires e apresentado à BM, diz que o estádio está apto para a realização de jogos de futebol. Outro laudo solicitado pelo Ministério Público (MP) ao ex-professor de engenharia da PUC Henrique Vitler, no entanto, condena a estrutura do estádio e diz que há riscos à segurança dos torcedores.

Comandante da Operação Golfinho no Litoral Norte, o coronel Péricles Brasil Álvares diz que ainda não teve acesso ao laudo do MP, mas que os dois laudos deverão ser confrontados. Se necssário, uma terceira opinião pode ser levada em conta antes da BM emitir seu parecer liberando ou não o estádio.

– O município apresenta um laudo técnico da parte estrutural dizendo que o estádio está em condições. Nós não recebemos esse outro lado do MP, mas logicamente teremos que levar ele em consideração. Sendo um assunto técnico, alguém vai ter de dar uma terceira opinião – afirmou o comandante.

Mesmo que seja liberado para jogos, as chances do Cidreirão de sediar jogos da dupla Gre-Nal em 2008 são reduzidas. A direção do Inter já se pronunciou oficialmente informando que não mandará jogos no litoral. O Grêmio ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas deve seguir o mesmo caminho. Até o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Noveletto, dá o caso como encerrado.

– O que já estava difícil ficou praticamente impossível. Depois que surgiu este problema com o Ministério Público, talvez seja melhor mesmo deixar os jogos na Capital – comentou o dirigente.

Inaugurado em 1996, o estádio de Cidreira tem capacidade para 15 mil torcedores, mais que o total da população da cidade. O estádio vinha sendo sub-aproveitado até sediar jogos da dupla Gre-Nal no Gauchão 2007. A obra foi erguida pela ex-prefeito de Cidreira Elói Braz Sessin, condenado por crimes como desvio de dinheiro público, gestão fraudulenta e enriquecimento ilícito.