O meia Ronaldinho poderá ser obrigado a deixar o Barcelona em 2008 porque perderá vantagens fiscais oferecidas pelo governo espanhol. A informação é do jornal espanhol El País.

O brasileiro e mais outros 200 jogadores que atuam na Espanha gozam de um dispositivo que limita suas taxas de impostos a 24% dos salários, que em alguns casos chega a milhões de euros. A medida foi aprovada há alguns anos pelo então governo conservador do país de modo a favorecer a instalação de diretores de multinacionais cujos salários fossem altos e os jogadores de futebol também são contemplados pelo benefício.

No entanto, a vantagem só se aplica nos seis primeiros anos de estadia do contribuinte estrangeiro na Espanha e este período, para Ronaldinho, acaba justamente em 2008. Com efeito, a taxa de impostos a pagar, com um salário de sete milhões de euros (aproximadamente R$ 18 milhões) anuais mais rendimentos à parte, será de 43% no ano seguinte.

O El País também questionou a manutenção desta medida fiscal, que propicia a existência de “jogadores milionários com impostos proletários”. O jornal ainda coloca que este desconto, somado a outros mecanismos sociais, permite que os clubes espanhóis gastem bem menos do que outros países europeus na hora de oferecer um bom salário líquido a seus atletas.

Segundo um estudo da empresa de consultoria Ernst and Young, uma equipe da França, por exemplo, precisa desembolsar € 5,4 milhões (aproximadamente R$ 14 milhões) para assegurar um salário líquido de dois milhões anuais a um jogador, enquanto um time espanhol paga 2,7 milhões, a metade do valor.

Ronaldinho encontra-se em baixa no Barcelona, onde amarga a reserva do time do qual era titular absoluto. Com o clube catalão pouco entusiasmado em brigar para aumentar seu salário e mantê-lo no elenco, o jogador pode se transferir a Milan ou Chelsea, clubes que já manifestaram interesse em contar com seu futebol.