| 16/11/2007 16h02min
O Campeonato Brasileiro passou a ser disputado em pontos corridos em 2003. Na quinta temporada com esse sistema de disputa, é hora de fazer a contabilidade. Nos últimos quatro Brasileirões, foram quatro títulos paulistas consecutivos, com Santos, Corinthians e São Paulo, duas vezes. Do resto do país, apenas o Cruzeiro, em 2003, conseguiu um título brasileiro em pontos corridos. O Rio Grande do Sul não conquista o campeonato desde 1996, quando o Grêmio bateu a Portuguesa na final.
Apesar da supremacia paulista, a dupla Gre-Nal não desanima e acredita: é possível sim vencer campeonatos de turno e returno, sem mata-mata. O presidente do Inter, Vitorio Piffero, se mostra confiante.
– Dá sim pra ser campeão. Evidentemente que existe uma supremacia financeira dos times do centro do país, refletindo a própria economia do Brasil. Mas o Internacional tem feito frente à isso. E a nossa campanha de 2005 mostra isso – diz o dirigente, se referindo à polêmica disputa com o Corinthians, quando o Inter foi vice-campeão em um campeonato contestado até hoje.
Já o diretor executivo de futebol do Grêmio, Rodrigo Caetano, é mais cauteloso, mas diz que é apenas uma questão de adaptação.
– Tudo é um processo. Tudo é uma questão de se adaptar a uma nova realidade. Se o campeonato tem hoje esse sistema de disputa, cabe aos clubes que não têm um bom histórico nesse tipo de competição se adaptar a isso. O Grêmio, fazendo alguns ajustes, pode sim ser campeão, porquê não? – questiona.
Grêmio: decepções e recuperação
Especialista em mata-mata, o Grêmio sofreu muito até engrenar no sistema de turno e returno. No primeiro ano, em 2003, ficou em 20º em um campeonato de 24 times, com 50 pontos. O Fortaleza, rebaixado naquele ano, fez 49 pontos. No ano seguinte, o Tricolor conseguiu ser ainda pior: última colocação, com apenas 39 pontos em 46 jogos, e rebaixamento. Na Série B, em 2005, o regulamento não era o de pontos corridos e o Grêmio acabou campeão.
Boa campanha nos últimos Brasileirões só em 2006. Chegou em terceiro, terminando a 11 pontos do campeão São Paulo, mas classificado para a Libertadores 2007. Neste ano, faltando duas rodadas para o fim da competição, o time está em 7º, ainda com chances matemáticas de garantir vaga na Libertadores, mas bem longe do título.
Apesar da queda de rendimento de 2006 para 2007, Rodrigo Caetano acredita que o Grêmio já aprendeu a jogar em pontos corridos.
– O Grêmio tem um histórico, até pelas conquistas que teve na Copa do Brasil, de ser um exímio clube em disputas em mata-mata. Mas pelo dois últimos anos, com o 3º lugar em 2006 e a campanha deste ano, ainda pleiteando uma vaga na Libertadores, o Grêmio dá mostras de que está se adaptando a essa nova realidade.
Inter: dois vice-campeonatos
O Inter tem uma campanha melhor em pontos corridos do que a do Grêmio. Foram dois vice-campeonatos, em 2005, na conturbada disputa com o Corinthians, e em 2006, quando ficou a nove pontos do São Paulo. Mas os colorados também acumulam algumas decepções. Em 2003, o time precisava de um empate na última rodada para se classificar à Libertadores, mas levou uma goleada de 5 a 0 do São Caetano, que acabou ficando com a vaga.
Neste ano, o campeão mundial não correspondeu às expectativas. Grande decepção da temporada brasileira, chegou a flertar com o rebaixamento em algumas rodadas. Para Vitorio Piffero, faltou neste ano o que sobrou em 2006:
– O Internacional conquistou muito no ano passado: vice-campeão brasileiro, mais Libertadores e Mundial Fifa. Nós optamos por não vender os jogadores em janeiro, mantendo o grupo e a comissão técnica campeões do mundo. Mas, na realidade, nós deveríamos ter feito uma mexida, o que acabamos fazendo ao longo de 2007. Agora voltamos a ter um grupo muito forte.
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Gremistas celebram a classificação à Libertadores 2007, Rafael Sobis comemora gol marcado sobre o São Paulo em 2005
Foto:
Divulgação
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