| 29/10/2007 06h55min
Os dirigentes nunca admitiram. Jogadores e comissão técnica também evitaram o assunto. Mas o Inter convive com uma ameaça sombria há 36 dias. Desde o empate em 2 a 2 com o Atlético-MG, no Mineirão, assombra-se com o fantasma do rebaixamento.
Naquele 23 de setembro, em Belo Horizonte, quando vencia por 2 a 0 e cedeu o empate em dois minutos, a equipe ficou a três pontos do 17º colocado, primeira posição de quem curtirá 2008 na na Série B. Mesmo assim, o presidente Vitorio Piffero sempre afirmou não olhar para baixo. Discurso, se não exatamente repetido, usado com outras palavras pelos profissionais do Beira-Rio. Ontem, com a derrota por 1 a 0 contra o Paraná, Piffero mudou o tom.
— Quinta-feira vamos ganhar o jogo contra o Sport, usaremos o fator local. O torcedor tem que lotar o estádio e daí essa questão (rebaixamento) vai ficar resolvida de uma vez por todas - apostou.
Nas últimas sete rodadas, o Inter conseguiu abrir mais do que três pontos do
descenso apenas em uma - justamente a
última, após a vitória sobre o Juventude. O clima descontraído da semana passada mostrava o alívio do grupo. Tanto que assuntos relacionados ao planejamento para 2008 foram bastante discutidos, mais até do que o restante do Brasileirão.
A participação no Torneio de Dubai em janeiro, questões sobre renovação de contratos e a saída de Clemer e até a manutenção da equipe titular para a próxima temporada foram a pauta da semana. Mas o vice de futebol Giovanni Luigi tratou de negar que uma possível desmobilização a seis rodadas do fim do campeonato tenha motivado a derrota.
— Tenho a convicção que não foi esse o motivo dominante. Os jogadores sabiam que seria um jogo muito difícil, como historicamente sempre foi — garantiu.
A verdade é que, enquanto a matemática dava esperanças remotas, havia quem ainda acreditasse na vaga à Libertadores. Idéia que agora deve ser abandonada de vez.
— Se a gente sonhava com alguma coisa, acabou o
nosso sonho — afirmou Magrão na saída do gramado.
Novamente com uma vantagem de apenas três pontos sobre o primeiro rebaixado, o Corinthians, a preocupação agora é não transmitir ansiedade aos jogadores. Abel, apesar de repetir que a equipe não pensa na ameaça de rebaixamento, admitiu que a intenção era voltar para Porto Alegre sem ter que tocar no assunto no restante do campeonato.
— Não adianta passar desespero para o jogador. Deixamos fugir um resultado totalmente possível. Agora temos mais um jogo em casa que precisamos vencer. Será uma semana fundamental para nós — projetou.
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