| 05/12/2006 20h46min
A Uefa está cada vez mais preocupada com a ação de bilionários no futebol europeu. O porta-voz da entidade, William Gaillard, criticou nesta terça a possível venda de 51% das ações do Liverpool para a Dubai International Capital (DIC), de propriedade do sheik Mohammed bin Rashid Al Maktoum.
– É claro que isso representa um perigo. Obviamente que em um primeiro momento é vantajoso em função do poder financeiro desses bilionários, mas, a longo prazo, isso alimenta uma incontrolável espiral de inflação – afirmou Gaillard.
Para o representante da Uefa, é claro que ações deste tipo geram um risco para a estabilidade das competições européias.
– Os norte-americanos se preveniram contra isso na década de 30 estabelecendo limites salariais. A Uefa não pode tomar esse tipo de decisão, que cabe às respectivas federações nacionais – explica.
Na NBA, por exemplo, as equipes são obrigadas a respeitar um determinado teto salarial. Além disso, as quantias gastas em transferências são controladas e existe o “draft”, sistema de distribuição de novos talentos que visa manter o equilíbrio do campeonato.
Um exemplo real dessa preocupação de Gaillard acontece no CSKA Sofia. A tradicional equipe búlgara foi comprada nesta terça pelo indiano Pramod Mittal, magnata do setor metalúrgico, em um negócio que gira em torno de 14 milhões de euros, e já estuda a contratação do ex-técnico da seleção inglesa Sven-Goran Eriksson.
Fundado em 1948, o CSKA tem 30 títulos nacionais na história e seu principal ídolo é Hristo Stoichkov, ex-atacante do Barcelona e atual treinador da seleção nacional. Atualmente, o time está em segundo no campeonato local, dois pontos atrás do arqui-rival Levsk.
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