| 05/07/2006 21h16min
Nada como o dia seguinte à vitória que classificou o time para a final da Copa do Mundo. Mesmo tendo dormido só duas horas e meia, o técnico Marcello Lippi estava num bom humor só – e falador como nunca. Sua coletiva nesta quarta foi a mais longa desde que chegou à Alemanha, com uma hora de duração. E ele até revelou algo que ainda não tinha admitido: antes do último jogo da primeira fase, contra a República Checa, toda a delegação se animou muito ao ver que o caminho para a semifinal poderia ser muito menos espinhoso do que se esperava.
– Quando vimos que ficando em primeiro na chave jogaríamos contra Austrália e depois contra Ucrânia ou Suíça, pensamos: 'temos de ganhar da República Checa para não desperdiçar a chance que está surgindo para chegarmos à semifinal'. E conseguimos – confessou. Lippi nunca admitiu que o caminho que coube à Itália fosse fácil. Pelo contrário, sempre fez o discurso politicamente correto de dizer que "todo time que chega a esta fase tem qualidade". Mas agora que levou o time à final e tornou-se venerado pelos mesmos jornalistas que o criticavam e com os quais chegou até a bater boca nas coletivas, pôde enfim falar o que sempre pensou. Sua expressão serena e o sorriso constante não davam a menor idéia de que havia dormido tão pouco – ele parecia muito mais cansado e desgastado logo depois do jogo contra a Alemanha. Assim que chegou ao hotel em Duisburg, já no meio da madrugada, viu a íntegra dos 120 minutos que colocaram a Itália na final. – Fui deitar às 5h e me levantei às 7h30. Mas estou muito satisfeito – disse. O treinador não se importou de dormir pouco depois do jogo, mas quis dar um descanso extra para os seus jogadores. O treino que estava previsto para o final da manhã (11h) no CT do Duisburg foi cancelado para que todos pudessem dormir mais. Nem os reservas foram para o campo. O elenco todo teve permissão para deixar a concentração e passar o dia com os parentes. A partida de terça-feira foi considerada por Lippi a mais importante de sua carreira. Mas esse título só vai durar até domingo, porque o jogo no Estádio Olímpico de Berlim será o ápice de sua trajetória como treinador. Ali, no mesmo palco onde a Itália conquistou o ouro olímpico nos Jogos de 1936 diante do olhar de Adolf Hitler, ele poderá fazer história 70 anos depois como o terceiro técnico a levar a Azzurra ao título mundial – Vittorio Pozzo era o comandante em 1934 e 1938 e Enzo Bearzot em 1982. Agência EstadoGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.