O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve mandar uma nova missão à Argentina “muito rapidamente”, segundo o subsecretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Taylor. O ministro argentino da Economia, Jorge Remes Lenicov, deixou Washington, onde se reuniu com representantes do Fundo, não apenas sem uma promessa de empréstimo mas também sem uma data agendada para novas reuniões.

– Entendo que houve uma boa conversação com o FMI. Eles estão discutindo quando enviarão uma missão. Poderá ocorrer muito rápido – afirmou Taylor.

– Eles (equipe econômica argentina) disseram que sabem o que é preciso fazer.

Taylor também disse, no Comitê Econômico Conjunto do Parlamento, que até agora o tratamento que a Argentina tem dispensado aos investidores privados não obriga os EUA a votar contra a liberação de um novo empréstimo ao país pelo FMI. No entanto, cobrou que a Argentina detalhe o projeto de orçamento e faça modificações no texto. As alterações dizem respeito a administração tributária, política fiscal, gastos das províncias, reestruturação da dívida externa e reforma do sistema financeiro para solidificar o setor bancário.

Lenicov se reuniu nessa quinta-feira, dia 14, com sua equipe para discutir as medidas solicitadas. Uma das maiores barreiras que o governo encontrará será a renegociação da co-participação de impostos com as províncias. O governador Néstor Kirchner, de Santa Cruz, disse que as províncias não “suportam mais ajustes”.

O presidente do Banco Central, Mario Blejer, por sua vez, afirmou que, se a moeda norte-americana adotar uma tendência de baixa, o governo pode comprar dólares para incrementar suas reservas.

– Poderíamos comprar dólares e aumentar nossas reservas. É claro que desde que o preço da moeda norte-americana fique abaixo do atual. Para nós, um câmbio entre 1,50 e 1,60 estaria de bom tamanho – afirmou Blejer ao jornal Ámbito Financiero.