| hmin
O ministro da Economia da Argentina, Jorge Lemes Lenicov, deve se reunir nesta terça-feira, dia 12 de fevereiro, com autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do governo norte-americano em Washington (EUA). O porta-voz da presidência argentina, Eduardo Amadeo, que também participa da viagem, no entanto, advertiu que a missão não deverá voltar "com a mala cheia de dinheiro".
O governo de Eduardo Duhalde, ao mesmo tempo em que pressiona por um empréstimo do FMI, busca negociar futuras medidas a serem adotadas. Lenicov tenta obter fundos, estimados em US$ 25 bilhões, para fortalecer as reservas do Banco Central ante eventual disparo do dólar em relação ao peso – a cotação livre começou nesta segunda-feira. Os recursos também permitiriam ao governo abrir de maneira progressiva as restrições de saques bancários, motivo de protestos em todo o país. Por sua vez, o FMI e os EUA estariam exigindo, além de um plano econômico sustentável, alicerçado numa base fiscal realista, que o país retome as negociações com os credores externos.
– Vamos começar as negociações, que serão extensas e complicadas, porque a situação argentina é extremamente complexa – disse Amadeo, estimando período mínimo de dois meses de entendimentos.
Na breve estadia de 24 horas em Washington, Lenicov se reunirá com o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, e os presidentes do Banco Mundial, James Wolfensohn, e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias. O secretário da Fazenda, Oscar Lamberto, negou que o novo projeto de Orçamento enviado na semana passada ao Parlamento seja objeto de negociações com o Fundo, porém admitiu que poderá ser alterado "várias vezes ao longo do ano". O Orçamento prevê queda de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, com inflação de 15% e déficit fiscal de 3 bilhões de pesos.
A recessão argentina já completou 44 meses seguidos. A agência de classificação de risco Standard & Poor's advertiu nesta segunda que as regras econômicas instauradas na Argentina no começo do mês dificultam ainda mais a capacidade das empresas de pagar suas dívidas. Segundo a agência, duas medidas trazem problemas à tona: a pesificação obrigatória dos empréstimos contraídos inicialmente em moeda estrangeira e as modificações das datas de vencimento dos créditos, sem especificar as modalidades desses câmbios.
Também vão se reunir nesta terça com autoridades argentinas, em Buenos Aires, especialistas da área econômica de diversos países. Pelo Brasil, estará presente Gustavo Loyola, consultor e ex-presidente do Banco Central. Técnicos de México, Chile, Espanha, Itália, Estados Unidos, Brasil e do Banco Mundial vão tratar da reestruturação do sistema financeiro.
© 2009 clicRBS.com.br ? Todos os direitos reservados.