O vice-governador Miguel Rossetto anunciou nesta sexta-feira, dia 8, que está disposto a abandonar a disputa pela reeleição. Ressaltando que o PT necessita de um "ambiente favorável" para se manter no Palácio Piratini, Rossetto abriu mão da vaga de vice-governador numa eventual chapa encabeçada pelo governador Olívio Dutra, caso a decisão evite a realização de prévia interna e abra espaço para um nome com "densidade eleitoral".

O vice-governador evitou comentar o distanciamento de sua corrente, a Democracia Socialista (DS), em relação ao grupo de Olívio, que negocia desde quarta-feira a montagem de uma chapa com os simpatizantes da candidatura do prefeito Tarso Genro a governador. Ele espera que a atitude incentive a retirada de Tarso da disputa. Negando a possibilidade de concorrer ao Senado, Rossetto alegou que tem a responsabilidade de se manter no Piratini, substituindo o governador durante a campanha.

Ao mesmo tempo em que o vice-governador comunicava a decisão à imprensa, seu grupo distribuiu uma nota. O comunicado, que reforça a intenção de reconduzir Olívio Dutra ao Piratini, diz que a corrente está aberta a "reavaliar a candidatura a vice-governador em favor de outro nome com densidade eleitoral, que viabilize um acordo, evite as prévias e contribua efetivamente para a vitória eleitoral".

Em nome da DS, o deputado estadual Ronaldo Zülke afirmou que o nome de Rossetto seria o ideal para a composição da chapa de Olívio. O vice-presidente estadual do PT, Paulo Ferreira, integrante do PT Amplo, elogiou o recuo de Rossetto. A corrente, no entanto, mantém a decisão de inscrever a candidatura de Tarso à prévia até o dia 15 se antes dessa data não for contemplada em sua principal reivindicação: a de indicar o candidato a vice.

Em Brasília, onde se reuniu com o ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, Olívio fez a primeira manifestação pública em favor da mudança na correlação de forças no governo.

– É preciso trabalhar melhor a hegemonia de algumas tendências dentro do governo gaúcho, aumentar a diversidade – disse Olívio.

FERNANDA CRANCIO