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 | 23/10/2005 22h59min

Jungmann diz que resultado reflete falta de segurança

Secretário-executivo do voto Sim disse que debate foi prejudicado pela crise política

O secretário-executivo do voto Sim, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse que o resultado do referendo 2005 reflete a falta de respostas dos governos federal e estaduais ao problema da segurança pública. Após a confirmação da manutenção do comércio de armas de fogo e munição, Jungmann afirmou que a campanha foi prejudicada pela crise política e pela decepção da população com o governo.

– A falta de respostas e de alternativas para atender à demanda da sociedade no âmbito da segurança fez com que as pessoas transformassem o referendo numa espécie de plebiscito a favor ou contra as condições de segurança no país. O referendo vai produzir uma sombra nas eleições de 2006. Quem quiser ganhar as eleições para o Executivo em 2006 vai ter que ser um homem limpo e ético, mas que dê respostas à questão da segurança – analisou.

Jungmann cobrou do governo federal a implantação do Sistema Unificado de Segurança Pública (SUSP) – promessa que, segundo o deputado, não vem sendo cumprida. Ele criticou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, por contigenciar as verbas do Orçamento para a segurança pública.

– O SUSP precisa ser regulamentado e concluído. Eu proponho, e sei que muitos irão protestar, que durante um certo número de anos é preciso haver vinculação entre fontes de receita e despesa, a exemplo do que já existe na Saúde e na Educação. A população está se sentindo desvalida e frustrada pela falta de respostas no âmbito da segurança pública – sugeriu.

Para o deputado, o resultado do referendo mostrou também que está se criando uma onda conservadora no país. Jungmann criticou a falta de participação dos líderes dos partidos da centro-esquerda na luta pelo Sim. Segundo ele, pela primeira vez, desde a redemocratização, a centro-esquerda pode perder o espaço político hegemônico para a direita.

– As grandes forças políticas do país, como o PT, o PMDB, o PSDB e o PFL não se envolveram na luta pelo Sim. Talvez porque estivessem numa luta de vida ou morte pela agenda política de 2006 ou porque estivessem querendo salvar seu próprio pescoço durante a crise política.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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