| 23/10/2005 22h42min
As cidades gaúchas mais violentas rejeitaram a proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil. Os 10 municípios com maior número de homicídios registrados votaram pelo Não. A curiosidade: o índice superou os 80% em todas as regiões.
Os dados sobre as mortes são da Secretaria da Justiça e da Segurança (SJS) e se referem ao 1º semestre de 2005 – 1º de janeiro a 30 de junho. Não há distinção entre as circunstâncias dos óbitos, ou seja, não se sabe se foram provocados por armas de fogo ou armas brancas (faca, por exemplo).
Em Porto Alegre, as autoridades registraram 169 mortes – o maior número do período. A cidade rejeitou o fim do comércio com 83,66% (683.562) dos votos válidos. Em Caxias do Sul, foram contabilizados 39 mortes e o referendo foi negado por 83,66% (683.562) dos eleitores.
A cidade de Alvorada, notícia constante nas páginas policiais, também optou pela continuidade da venda de armas e munição. No 1º semestre, os assassinatos chegaram ao assustador número de 34 (19 por 100 mil habitantes). No entanto, em todo o ano o número já chega a 71. Os eleitores votaram no Não em peso: 82,15% (82.731). O voto Sim, entretanto, teve a maior adesão dentro as cidades violentas: 17,85% (17.977).
Dentro da Região Metropolitana, Canoas (24 homicídios), São Leopoldo (21 homicídios), Novo Hamburgo (21 homicídios) e Viamão (20 homicídios) não fugiram do resultado da votação gaúcha. O Não saiu vitorioso, respectivamente, com 84,18%, 84,84%, 83,80% e 84,80% dos votos.
Finalizando a lista da violência, a SJS aponta as cidades de Pelotas (14 homicídios), Rio Grande (13 homicídios) e Passo Fundo (12 homicídios). A contrariedade à proibição foi intensa: 87,65% (165.650),
85,49% (93.737) e 87,42% (87.621), respectivamente. Em Pelotas, as urnas contabilizaram o menor apoio ao Sim: 12,35% (23.332).
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