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Falta pouco para o Brasil vivenciar o esfacelamento estatal e moral experimentado pela Colômbia. Esta é a opinião do juiz aposentado Walter Maierovitch, ex-chefe da Agência Nacional Antidrogas e especialista em crime organizado.
– As facções criminosas brasileiras já têm domínio territorial e controle social, pelo menos no Rio e São Paulo. Bastaria constatar que o país também sofre assassinatos político-ideológicos, para termos todos os elementos do caldo de cultura colombiano, a morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André, nos despertou essa suspeita – alerta Maierovitch, que profere neste sábado, dia 2, em Porto Alegre uma palestra intitulada Crime Organizado: Desafio das Instituições de Polícia e Justiça.
A palestra faz parte do 3º Seminário Internacional Polícia e Sociedade Democrática, promovido pela Secretaria da Justiça e da Segurança, como parte da programação do Fórum Social Mundial. No encontro, o juiz deve revelar dados sobre crimes como o narcotráfico, que movimenta cerca de US$ 400 bilhões anuais – quase o dobro da dívida externa brasileira. O dado surgiu na 1ª Convenção Internacional sobre Crime Organizado, realizada em Palermo em 2001.
Presidente de uma ONG voltada para combate das máfias, o Instituto Giovanni Falcone de Ciências Criminais, o paulista Maierovitch vai disparar –durante a palestra – uma metralhadora giratória contra o que considera absurdos da legislação criminal brasileira. Entre eles, o enquadramento do seqüestro-relâmpago na categoria de roubo, "o que permite ao seqüestrador ir para o regime semi-aberto com um ano de pena cumprida".
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