| 30/09/2005 07h00min
No final da tarde de ontem, a secretaria-geral da Câmara registrava 297 mudanças de partido na atual legislatura, envolvendo 175 dos 513 deputados da Casa – mais de um terço dos parlamentares.
De sexta-feira da semana passada até ontem, foram 17 deslocamentos de uma bancada para outra. O número deve aumentar hoje, quando termina o prazo para o troca-troca. Pela Lei Eleitoral, a partir de amanhã, os parlamentares que mudarem de sigla ou ficarem sem legenda não poderão concorrer nas eleições de 2006.
Campeão na dança das cadeiras, o paraense Zequinha Marinho (PSC) mudou sete vezes de partido, passando por quatro legendas, de janeiro de 2003 até ontem. Mas não são apenas deputados pouco conhecidos que engrossam o entra-e-sai. O ex-ministro das Comunicações e ex-líder do governo Miro Teixeira (RJ), por exemplo, oficializou a volta ao PDT, do qual havia saído em abril de 2004. Na época, Miro passou para o PPS. Em fevereiro de 2005, entrou para o PT. Ontem, Miro resolveu voltar à sigla onde militou boa parte da vida política .
Também é o caso do deputado Delfim Netto (SP). Um dos ícones políticos da Arena e do PDS, sentiu-se sem espaço político e incomodado com as questões internas do PP, onde vários dos principais dirigentes estão envolvidos com acusações de suposto recebimento de mensalão. Delfim decidiu passar para o PMDB, sucessor político do MDB, antigo arqui-rival da Arena, onde o deputado tinha papel de destaque.
O novato P-Sol se tornou um dos principais endereços das mudanças dos
parlamentares da Câmara. Cinco dissidentes do PT participaram ontem de cerimônia de filiação ao novo partido, que estreará nas urnas em 2006.
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