| 26/09/2005 19h46min
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, defendeu nesta segunda-feira – durante a abertura da 19ª Conferência Nacional dos Advogados, em Florianópolis – uma reforma política urgente.
Ao falar sobre a crise política, o ministro disse que ela precisa ser "resolvida, metabolizada e digerida".
Thomaz Bastos, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na solenidade, classificou como fundamentais os debates promovidos pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) neste momento.
– É fundamental que os advogados criem as condições para o debate dos ajustes que precisam ser feitos e, principalmente, que seja um debate com farol alto, olhando para o futuro, a fim de que possamos construir um Brasil de instituições fortes, livres e democráticas, ou seja, construir um estado de direito democrático – afirmou o ministro da Justiça.
Já para o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Nelson Jobim, a crise política atual não pode conduzir somente às punições dos protagonistas dos escândalos de corrupção, mas precisa também deixar lições que ajudem o país a avançar.
– A crise política atual é exclusiva de um setor político do país e não uma crise institucional – afirmou o ministro Jobim.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, sustentou que o presidente Lula se afastou das promessas de mudanças e passou a praticar a velha política brasileira, reproduzindo os vícios de seus antecessores e frustrando as expectativas de 53 milhões de brasileiros que votaram nele.
– Lula uniu elite e povo numa mesma esperança, num mesmo sonho, de um Brasil melhor e mais justo. Mas, tal qual seus antecessores, sucumbiu aos vícios da velha política brasileira, vícios que nos têm impedido de realizar a vocação de fraternidade e grandeza antevista pelos fundadores da Pátria – discursou Busato.
A conferência segue até quinta-feira no Centrosul. O evento tem como tema República, Poder e Cidadania. Nesta terça, o destaque é a conferência com Paulo Bonavides, considerado um dos maiores juristas do país. Entre os 15 painéis, o mais esperado é o do ex-ministro da Educação, Tarso Genro, sobre educação na construção da nação.
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