| 22/09/2005 17h10min
Em depoimento na sub-relatoria de contratos da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios, o ex-diretor de Operações da estatal Maurício Madureira admitiu há pouco que havia indícios de que os preços cobrados pelas empresas responsáveis pela rede postal noturna eram muito altos.
Ele disse que, já em abril de 2003, criou um grupo de trabalho para fazer uma avaliação preliminar dos preços. Dois meses depois, o então presidente dos Correios, Airton Dipp, teria formado outro grupo para fazer uma revisão geral dos contratos com a assessoria do brigadeiro Venâncio Grossi.
– A relação dos Correios com o brigadeiro é altamente suspeita. O Grossi é tido como um lobista com interesses nas concorrências da empresa –protestou o deputado Silvio Torres (PSDB-SP).
Maurício Madureira garantiu que não participou da revisão do contrato da empresa Skymaster, que fazia transporte aéreo de cargas para os Correios e é acusada de ter sido beneficiada na
licitação do serviço, apesar de ter
apresentado preços superfaturados.
O deputado Silvio Torres perguntou a Madureira sobre aditivos de contratos assinados por ele pouco antes de sua demissão, que ocorreu em junho. Segundo o parlamentar, as empresas Visa Transportes e Rodoviário União foram beneficiadas com aditivo de R$ 10 milhões enquanto a TAS Linhas aéreas, teve um aumento de contrato no valor de R$ 338 mil.
O ex-diretor respondeu que sua assinatura nos aditivos foi mera formalidade, pois a decisão já havia sido tomada pela diretoria colegiada dos Correios. Madureira garantiu que esse é um procedimento normal, e que é sua função assinar os papéis que chegam a sua mesa.
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