O deputado José Mentor (PT-SP), que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado, interrompeu nesta terça o depoimento do doleiro Antônio Oliveira Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, para prestar o que chamou de esclarecimentos sobre acusações contra ele publicadas na imprensa.

Dizendo-se injustiçado, Mentor defendeu sua atuação como relator da CPI e também fez retificações a declarações do doleiro:

- Quero começar com um agradecimento ao senhor Toninho da Barcelona. Ao se referir a mim, o fez no sentido de esclarecer fatos que a imprensa publicou de maneira equivocada. Um jornal de Brasília, por exemplo, disse que eu era responsável pelas contas do PT no Exterior, de remeter sobras de campanha para o Exterior, e está se mostrando que isso não é verdade.

O deputado disse que desejava esclarecer outros pontos sobre os quais o doleiro se mostrava desinformado. Mentor disse não ser verdade que ele tivesse adiado a convocação de Barcelona para a CPI do Banestado. Segundo ele, as convocações de doleiros foram adiadas a pedido da Polícia Federal, que na época preparava a Operação Farol da Colina (que prendeu 64 doleiros) e não queria que eles se assustassem.

Mentor disse ainda que Paulo Maluf não foi convocado para depor na CPI porque a comissão não teve acesso às informações sobre as contas do ex-prefeito de São Paulo na Suíça. Segundo Mentor, a Justiça da Suíça não autorizou o Ministério da Justiça e o Ministério Público a passarem as informações à comissão.