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Os exportadores brasileiros e as empresas nacionais com unidades na Argentina enfrentam um corralito - sistema de restrição de retiradas bancárias - tão rígido quanto o imposto pelo governo aos argentinos. A dívida argentina com empresas brasileiras é calculada pelo Grupo Brasil, entidade que reúne companhias nacionais com filiais no país vizinho, entre US$ 1,7 bilhão e US$ 2 bilhões.
Até agora, o Banco Central da República Argentina (BRCA) não liberou as movimentações referentes a operações de comércio exterior. Os negócios entre os dois países estão paralisados desde 30 de novembro do ano passado, quando se acelerou a deterioração da crise econômica no país vizinho.
Ao transcorrer uma semana desde o fim do feriado bancário decretado pelo governo argentino, os brasileiros continuam sem saber quando nem de que forma as dívidas serão saldadas. Executivos do Grupo Brasil se reuniram com o ministro argentino da Produção, Ignacio de Mendiguren, na quinta-feira, dia 17 para tentar uma saída para o impasse. A reunião não teve resultados concretos.
Um dos problemas criados pelo bloqueio é a necessidade de financiamento – com juros brasileiros – para compensar os dólares que não chegaram. Ao mesmo tempo, a produção das unidades instaladas na Argentina caiu em média 50%, e há grande ociosidade.
Segundo o coordenador do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Paulo Tigre, uma proposta que está sendo discutida no governo brasileiro é a elevação dos limites e a ampliação dos prazos para operações comerciais dentro do Convênio de Crédito Recíproco (CCR), que é o mecanismo de compensação de créditos entre os bancos centrais. Assim, o Brasil poderia financiar importações dos argentinos com valores acima de US$ 100 mil, e por prazos maiores do que um ano.
O governo brasileiro está negociando uma linha especial de crédito com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para reativar o fluxo comercial no Mercado Comum do Sul (Mercosul), conforme declarações do ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Sérgio Amaral, que espera ter uma proposta concreta para apresentar esta semana.
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