| 13/09/2005 18h35min
A presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo, disse hoje à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios que a instituição não tinha conhecimento do esquema utilizado pelo empresário Marcos Valério de Souza – chamado de valerioduto – para transferir recursos a parlamentares. Kátia afirmou que o banco foi usado e que a instituição há muitos anos tem relação com as empresas de Marcos Valério, o que facilitou a assinatura do contrato de empréstimo com o PT, do qual ele foi avalista.
Kátia afirmou que existem quatro contratos de empréstimo com as empresas de Valério. Os mais expressivos somam R$ 19 milhões, cujo valor corrigido é de R$ 38,491 milhões, e outro com a empresa Grafite de R$ 10 milhões, com a correção passa a R$ 17,4 milhões. A empresária negou que o Banco Rural tenha feito qualquer pagamento no Exterior ao PT, a Marcos Valério ou ao publicitário Duda Mendonça.
Ela contou ter participado de uma reunião em Belo Horizonte entre a direção do Banco Rural e o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Segundo ela, durante o jantar oferecido a Dirceu, não foi discutida a dívida do PT com o banco. Ela afirmou que o banco tratou com Dirceu sobre o processo de liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco. O Banco Rural possui 22% das ações da instituição financeira liquidada pelo Banco Central.
Segundo Kátia Rabelo, a conversa com Dirceu não chegou "a ponto de discutir a solução para o problema". Ela acrescentou que o Banco Rural desejava um acordo para que o Banco Central repassasse os papéis da instituição ao acionista controlador, Armando Monteiro. Kátia Rabelo afirmou ainda que o Banco Rural tem relações comerciais com o Trade Link Bank, instituição financeira investigada pela CPI do Banestado por suspeita de lavagem de dinheiro.
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