| 07/09/2005 22h27min
Em menos de três horas, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), deu em Nova York três versões para o documento assinado por ele que prorroga irregularmente concessão de restaurante na Câmara a um empresário.
Ao chegar a um almoço em homenagem ao Dia da Pátria oferecido a parlamentares de língua portuguesa pela Câmara, o deputado negou que tivesse assinado o papel.
– Eu não assinei esse contrato.
Quinze minutos depois, admitiu que poderia tê-lo assinado, mas que precisava conferir o original.
– Tenho de ver o original. O ônus da prova cabe a quem denuncia.
Na saída, declarou que o documento era falso, assim como a perícia encomendada pela revista Veja que atesta a autenticidade de sua assinatura.
– Aquele documento não existe. Mas, se existe, é uma falsidade.
O presidente da Câmara é acusado de receber um mensalinho de R$ 10 mil para manter a licença do restaurante. Severino está sendo informado, em Nova York, pelos assessores no Brasil sobre as acusações contra ele. Mas tenta evitar o assunto. Algo difícil diante dos desdobramentos, como a decisão de partidos da oposição de entrar com um processo contra ele no Conselho de Ética.
– Essas decisões eles já tomaram várias vezes e que continuem tomando que eu estou pronto para enfrentá-los – falou ele.
Severino Cavalcanti disse que não está preocupado com as acusações:
– Eu sou um homem que não tenho problemas e quem não tem problema não pode ter angústia.
No plenário das Nações Unidas, ele participou da abertura do Congresso Mundial de Presidentes de Parlamentos. É lá que ele vai discursar na sexta-feira, como representante do Brasil.
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