| 02/09/2005 22h23min
A briga interna no PP pode pôr abaixo a defesa apresentada pelo partido para evitar a cassação dos mandatos do líder na Câmara e do presidente da legenda. Os deputados José Janene e Pedro Correia são acusados de receber dinheiro de Marcos Valério.
Segundo a versão apresentada às CPIs dos Correios e do Mensalão, R$ 1 milhão teriam sido usados para pagar o advogado que defendeu o deputado Ronivon Santiago. A versão foi confirmada pelo presidente da Câmara.
– Isso está na Justiça Brasileira. É quem vai dar a certidão mostrando que os processos existem, que esse advogado é advogado do deputado Ronivon – disse o deputado Severino Cavalcanti, presidente da Câmara.
Mas até agora o PP não tinha qualquer registro desse pagamento. Hoje, Pedro Correia assinou um cheque em nome do partido no valor de R$ 396 mil. Seria o pagamento do Imposto de Renda dos serviços prestados pelo advogado no ano passado. O acerto com a Receita Federal seria uma forma de provar que o dinheiro de Marcos Valério foi mesmo usado para pagar honorários advocatícios.
José Janene, líder do PP, sustentou a versão apresentada às CPIs.
– Por parte do Partido Progressista está não só explicado, como estão todos os comprovantes à disposição, não só da CPI como da justiça – afirmou José Janene.
Não é o que pensa o vice-presidente do PP. Antes que o cheque fosse descontado, o deputado Ricardo Barros cancelou o pagamento.
– Nós da executiva nunca tratamos do pagamento de honorários de R$ 1 milhão para advogados defenderem qualquer parlamentar. Esse assunto não veio à executiva, não está autorizado o partido a fazer pagamento referente a essas despesas – disse o deputado Ricardo Barros.
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