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A Argentina está disposta as distorções e barreiras criadas pelo governo anterior ao comércio com o Brasil e o Mercosul, afirmou nesta quarta-feira, dia 9, em Brasília o chanceler argentino, Carlos Ruckauf. Ele se reuniu com o presidente Fernando Henrique Cardoso e quatro ministros brasileiros para pedir apoio. A nova política externa argentina não deixa dúvidas de que "o Mercosul está relançado". O tema começa a ser tratado nesta quinta, dia 10, em Buenos Aires, na reunião de chanceleres dos quatro sócios do bloco, além do Chile e da Bolívia.
– Estou seguindo um caminho que não deveria ter sido abandonado pelo meu país – disse Ruckauf, em referência às retrições do ex-ministro da Economia Domingo Cavallo ao comércio entre os dois países.
Para salientar a intenção da Argentina de retomar o comércio bilateral, Ruckauf levou a FH a preocupação da equipe econômica de seu país de aliviar as restrições de crédito para a importação de produtos brasileiros. A
restrição das linhas de
financiamento por governos anteriores contribuiu com a redução de 50% nas exportações brasileiras para a Argentina em dezembro, em comparação com igual mês de 2000.
A reunião dos chanceleres em Buenos Aires terá o objetivo de preparar um encontro mais ambicioso entre os presidentes do Mercosul, do Chile e da Bolívia ainda em janeiro, também na Capital argentina. A reunião deverá marcar ainda a decisão dos quatro sócios de manter a presidência temporária do Mercosul neste semestre a cargo da Argentina.
Segundo Ruckauf, as barreiras criadas pela Argentina contra as importações de produtos dos sócios do Mercosul deverão desaparecer com a mudança do regime cambial do país, que, por si só, deverá disciplinar o comércio. O novo cenário, portanto, permitiria a revogação das alterações feitas unilateralmente pela Argentina na Tarifa Externa Comum (TEC), aplicada às importações de paíes de fora do bloco. Da mesma forma, deverão ser anuladas as resoluções que reduziram a
preferência dada a
produtos brasileiros e uruguaios no mercado argentino.
A análise do chanceler reproduz a convicção do governo argentino de que a consolidação do Mercosul será uma via para a superação da crise do país. A crise gerada no Mercosul se deve a posições adotadas pela Argentina ao longo de 2001, por culpa exclusiva do ex-presidente Fernando de la Rúa, que renunciou em dezembro, e ao ex-ministro da Economia, Domingo Cavallo, disse o chanceler. Segundo ele, agora será diferente.
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