| 30/08/2005 20h07min
O corregedor-geral da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), não deverá encaminhar diretamente ao Conselho de Ética as 18 representações por quebra de decoro que farão parte do relatório parcial do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios. Ligado politicamente ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, ele declarou que o assunto deve ser mais investigado pela CPI do Mensalão.
– Eu sinceramente acho que os deputados envolvidos precisam ser ouvidos pela CPI do Mensalão. Ainda não recebi o relatório, portanto, não sei se as provas são convincentes. Ficaram de mandar hoje (terça-feira), mas depois mudaram de idéia. Portanto, eu tendo a achar que o assunto precisa ser mais investigado pela outra CPI – disse o corregedor.
Ciro Nogueira é homem de confiança de Severino, que o chama de "meu filho". No fim da tarde, ele foi procurado por diversos deputados que fazem parte da lista de Serraglio. No período em que esteve presente à sessão da Câmara, Nogueira foi abordado primeiro pelo deputado José Dirceu (PT-SP), que cruzou o plenário da esquerda para a direta para cumprimentá-lo à beira da escada que dá acesso a uma das tribunas.
– Encaminhei minha defesa para você. Todos os dados estão lá, certo? – disse Dirceu a Ciro Nogueira.
Poucos minutos depois foi a vez de João Magno (PT-MG). O parlamentar mineiro é responsável pelo saque de R$ 350 mil das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Magno copiou Dirceu ao cruzar o plenário, mas preferiu entregar a defesa pessoalmente.
– Está tudo aqui – disse Magno ao corregedor.
Nesta terça-feira, depois de reunião com os demais integrantes das mesas de trabalho das três CPIs que apuram denúncias de corrupção, Serraglio anunciou que só entregará seu relatório parcial após análise do relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG). Depois, o documento vai para as mãos de Ciro Nogueira, que promete analisá-lo em 48 horas. O prazo foi definido nesta terça-feira por Severino Cavalcanti
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