| 30/08/2005 07h35min
O Ministério Público de Minas Gerais enviou ontem cópias de depoimentos de familiares da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, morta em agosto de 2000, à CPI dos Correios e ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. Nas últimas semanas, o promotor Francisco Assis Santiago, que atua no caso da morte de Cristiana, ouviu a mãe e três irmãos da modelo, que confirmaram depoimentos prestados em 2002.
Na ocasião, os familiares afirmaram que a modelo transportava freqüentemente malas suspeitas para São Paulo e Brasília. Um dos irmãos disse que a modelo contou a ele, certa vez, que estava com R$ 1,3 milhão em dinheiro.
Com a revelação da existência de um suposto caixa dois na campanha eleitoral do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) à reeleição, operado pelo empresário Marcos Valério de Souza, o promotor decidiu ouvir novamente os parentes da modelo. Os depoimentos foram tomados fora da investigação do homicídio, pelo qual a Promotoria acusou o ex-noivo de Cristiana, que ainda aguarda julgamento.
A investigação da morte de Ferreira envolveu nomes de políticos mineiros. Entre os números de telefones de sua agenda, vários pertenciam a autoridades. No dia de sua morte, seu celular registrou chamadas para a Casa Civil do governo mineiro e para a Cemig (estatal de energia elétrica).
Segundo o Ministério Público, como surgiram informações de que o transporte de recursos de caixa dois existia desde 1998, Santiago "considerou importante voltar às investigações". O promotor também pediu quebra de sigilo bancário das contas da modelo.
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